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o seu tempo - DSpace CEU

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Conversando depois vagamente sobre as proporçoes de effectuaçao do nosso<br />

negocio e discorrendo sobre difficuldades que agora achava, disse que aqui nao<br />

era fácil effectuar-se o contrato, nem na praça nem por particulares, porque<br />

todos objectavam com a falta de pagamento dos dividendos e de cumprimento<br />

das obrigaçoes do emprestimo de 1823, que corre com o nome de emprestimo<br />

portuguez. Que, quando se lhe respondía e mostrava que o Brazil se tinha obrigado<br />

a essa satisfaçao, e este e nao Portugal é que devia pagar essas obrigaçoes,<br />

pela convencáo que se tinha feito com o mesmo Brazil, — replicavam que essa convençao<br />

era entre Portugal e o Brazil sómente, e nao com os credores do dito emprestimo,<br />

e que estes em quem reconheciam a obrigaçao e com quem tinham<br />

contratado era com Portugal. Referindo isto, repito únicamente o que o meu collega<br />

me disse, pois eu nao respondi urna só palavra a tal respeito, nem fiz reflexáo<br />

alguma.<br />

Despedimo-nos, recommendando-lhe eu que, logo que soubesse de mr. de<br />

Jouffroy alguma cousa e que tivessemos materia em que trabalhar, segundo o que<br />

convencionaramos, me fizesse o favor de advertir-me, para eu apparecer e continuarnos<br />

em nossos trabalhos. Disse-me mais que mr. de Jouffroy tinha recebido<br />

carta do mesmo banqueiro que propoz um emprestimo em 1830, e que todos os<br />

dias o estava esperando em Londres.<br />

Nao tendo até ao dia 9 do corrente recebido mais aviso algum do meu collega,<br />

e desejando comtudo saber se havia alguma cousa de novo sobre o nosso<br />

negocio, para d'isso informar a v. ex. 1<br />

, fui no mesmo dia 9 a sua casa, ás horas<br />

que me disse costumava jantar, para ter mais certeza de encontral-o; succedeu,<br />

porém, que o nao achei e tive que deixar-lhe bilhete.<br />

A vista d'isto, e do mais que antecedentemente tenho exposto a v. ex.', a<br />

minha conviecáo é que d'esta negociacáo, com os individuos que tenho mencionado,<br />

nao julgo que o Governo de El-Rei N. S. possa vir a tirar utilidade alguma,<br />

nem receber as vantagens que esta tem por fim proporcionar ao mesmo Governo<br />

e á Nacáo.<br />

Constando tambem agora positivamente que a expedicáo dos rebeldes partiu<br />

dos Acores a ir atacar o reino, e nao podendo o Governo já, para essa occasiáo,<br />

ajudar-se dos meios que o emprestimo lhe podia dar, nao me parece este o momento<br />

de aportar com urna negociacáo que depois o mesmo Governo pode fazer<br />

com muito mais vantagem, como já outra vez tive a honra de reflexionar a v. ex."<br />

Nao obstante isto, eu continuarei sempre prompto a ir trabalhando sobre quaesquer<br />

proposiçoes que possam ser apresentadas, logo que o meu collega avise,<br />

ou que alguma opportunidade se offereça para trabalhar.<br />

Deus guarde a v. ex.» — Ill. n,<br />

° e ex. 0<br />

sr. conde da Louzá, D. Diogo. = J. L.<br />

da Costa<br />

Londres, 12 de julho de 1832.<br />

Officio de J. L. da Costa ao conde da Louzá<br />

N.° 6.— 111. 0<br />

e ex." 10<br />

sr.— Em addicáo ao que em data de hontem tive a honra<br />

de escrever a v. ex.', tenho hoje a dizer que acabo de receber a carta inclusa de<br />

mr. de Jouffroy a respeito da negociacáo do emprestimo.<br />

Em virtude do projecto apresentado por mr. de Jouffroy e das reflexoes que<br />

a elle fiz, concordou-se em que mr. de Jouffroy apresentaria um novo projecto<br />

para discutirmos e concordarmos numa proposicáo que se fizesse ao Governo de<br />

El-Rei N. S. para a sua approvacáo.

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