o seu tempo - DSpace CEU

Nao ha meio termo, Sr.: ou arrancar a El-Rei dos bracos dos trai­
dores, ou sermos victimas. Eu sei que o S. Lourenço passou urna ter­
minante ordem que prohibe severamente o fallar contra a marcha dos
generaes; mas eu nao posso calar-me quando fallo a quem pode dar
remedio.
Eu vi o ataque a Souto Redondo, e desde esta epocha tenho
acompanhado esta divisao; eu vi o ataque do dia de S. Miguel, que
foi feito por onde os rebeldes estavam muito e muito fortes, ficando
sem ser tocada toda a linha desde a estrada de Braga até ao mar,
— mais de urna legua, — onde ainda nesse tempo nao havia urna só
cavadella.
A marcha tem sido e é a mesma; pois El-Rei nao pode ser a
causa! E de quem o cerca; e poderei calar-me ? Céus! dae remedio a
males tao grandes e de tao funestas consequencias.
DOC. CCX i
Carla de Antonio Xavier de Abreu Caslcllo Branco ao visconde de Saniarem
Notiflca-llie que se tinham feito varias transferencias no exercito e que
se esperava que o ataque ao Porto se effectuasse dentro de quatro
ou cinco dias.
111. m0
Lisboa, 10 de julho de 1833.
e ex. m0
sr. — Alem das noticias que já hoje tive a honra de
communicar a v. ex.*, sei que o Campbell partiu no dia 7 para Lis­
boa, que o brigadeiro Guedes foi tirado do commando da brigada e
teve ordem de vir para Lisboa apresentar-se ao duque de Cadaval.
Com esta noticia ficaram todos no exercito mui satisfeitos.
Palmeirim partiu em posta para o Algarve, e ficou D. Christováo
ajudante general da divisao.
Tudo indicava proximidade de ataque ao Porto, que se esperava
'fosse dentro em quatro ou cinco dias.
Por aqui nao ha outra novidade senao apromptar-se o paco das
Necessidades para o general Bourmont.
Do Algarve e esquadra nao se sabe mais nada.
A noite espero ter a satisfacáo de estar na companhia de v. ex. a
e entao direi o mais que souber.
De v. ex. a
, amigo fiel e creado obrigadissimo. = ^l7iíon{o Xavier
de Abreu Castello Branco.