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o seu tempo - DSpace CEU

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tem havido contra elle, mas basta e sobeja a opiniáo de v. ex. a<br />

para me<br />

nao deixar duvida alguma sobre o merecimento d'esse sujeito.<br />

Espero, dentro de dois ou tres dias, pór-me a caminho para Lon­<br />

dres, onde irei esperar a resoluçao do Rio de Janeiro. Deus a traga<br />

depressa, pois na verdade estamos reduzidos ao extremo da penuria,<br />

e este estado nao pode durar.<br />

Lisonjeio-me de que, em todo o sentido, a minha vinda a París<br />

nSo terá sido inútil á nossa causa l<br />

. Tudo está ainda ñas mSos do Impe­<br />

rador, mas é necessario que nao perca <strong>tempo</strong>.<br />

Acredite v. ex. a<br />

nos sentimentos de sincera amisade e considera-<br />

cao com que sou, amigo e obrigado servo. = Palmella.<br />

PALMELLISTAS E SALDANHISTAS<br />

A POLÉMICA A PROPOSITO DA REYOLÜCÁO DO PORTO, DE MAIO DE 1828<br />

OS PAMPHLETOS<br />

m 0<br />

111 .<br />

DOC. XL<br />

Carla de B. J. de Ábranles e Caslro a José da Silva Carvalho<br />

Paris, 11 do dezembro d.¡ 1829.<br />

e ex. mo<br />

sr.—Remetto o papel incluso para ser publicado no<br />

Córrelo de Lisboa, se lhe parecer que na sua publicaçSo nao ha incon­<br />

veniente ; e o melhor seria fallar v. ex. a<br />

com o marquez de Palmella,<br />

que, melhor que ninguem, sabe o que convem publicar e o que se<br />

deve guardar em silencio, principalmente ñas actuaes circumstancias.<br />

O folheto do Saldanha tem aqui feito menos bulha do que elle<br />

esperava. Dizem-me que Magalhaes está escrevendo contra elle. Sei<br />

que o ex. mo<br />

marquez de Rezende está bufando com aquelle folheto.<br />

Os acontecimentos do Porto sSo de tal natureza que únicamente se<br />

devia cuidar em os sepultar em eterno esquecimento. A publicaçao da<br />

carta, que os membros da triste Junta do Porto dirigiram ao senhor<br />

D. Pedro IV, foi urna grandissima imprudencia, cujos resultados já<br />

começam a apparecer, e por mais que todos se esforcem para se justi­<br />

ficaren!, nenhum o conseguirá.<br />

1<br />

Palmella tinha ido a Franca para evitar a perseguiçao que o ministerio<br />

Polignac fazia aos emigrados. O espirito demagógico dos saldanhistas irritava o<br />

governo de Carlos X. Polignac entrara no ministerio a 8 de agosto, por insinuaçSo<br />

de lord Wellington, que muito sympathisava com o <strong>seu</strong> carácter politico, firme­<br />

mente reaccionario; e sabia que elle nao dispensaría, ao partido liberal, os favores<br />

que lhe tinham dispensado La Ferronays e Hyde de Neuville.

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