11.05.2013 Views

o seu tempo - DSpace CEU

o seu tempo - DSpace CEU

o seu tempo - DSpace CEU

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

POLÍTICA EXTERNA DE D. MIGUEL<br />

Depois da revolucáo franceza, de julho de 1830, Luiz Filippe, hábilmente<br />

aconselhado por Talleyrand e pelo conde Mole, tendo alcançado a alliança ingleza,<br />

conseguiu com este valioso apoio destruir a «santa alliança», e impor ás potencias<br />

do norte o «principio da nao intervençao».<br />

A Inglaterra sempre receosa da interferencia da Hespanha na politica portugueza,<br />

fez-lhe respeitar o novo principio, garantindo-lhe, em compensaçao, que<br />

D. Pedro nao se uniria com os revolucionarios hespanhoes e abster-se-ía de fazer<br />

propaganda. Portugal achou-se isolado. Comtudo, assim como a Franca e a Inglaterra<br />

sophismavam a cada momento a neutralidade, e auxiliavam a causa de<br />

D. Pedro, podcria a Hespanha ter feito o mesmo em favor da de D. Miguel, se<br />

este principe nao tivesse destruido insensatamente esta ultima esperança de proteccáo<br />

estrangeira.<br />

Pela lei sálica só os varoes tinham direito á successao no throno de Hespanha<br />

; mas como esta lei fóra revogada, a princeza Isabel, filha de Fernando VII<br />

e da rainha Christina, era a herdeira da coróa. D. Carlos, irmáo do rei, apoiado<br />

pelos apostólicos, apresentava-se como pretendente á successao, protestando contra<br />

o direito de sua sobrinha, o qual elle e os <strong>seu</strong>s partidarios nao reconheciam,<br />

porque negavam a validade da abolicáo da lei sálica. D'aqui a lucta entre carlistas<br />

e isabelinos, tambem chamados christinos, porque a rainha mae era a alma<br />

d'este partido, que tinha no ministro Zea Bcrmudez o mais auctorisado e sollicito<br />

adepto. Zea, cujo ideal era implantar em Hespanha o systema do despotismo {Ilustrado,<br />

esperava com anciedade a derrota dos revolucionarios portuguezes. Ora<br />

D. Miguel favorcccndo as pretensoes de D. Carlos fez esfriar o zelo do ministro<br />

hespanhol, destruindo assim, como dissemos, a ultima cspcrança de protecçao<br />

estrangeira.<br />

DOC. CIII<br />

Officio de Rafael da Cruz Guerreiro, ministro em S. Pelersburjjo, ao conde de Nesselrode*<br />

Queixa-se de que a Franca infrinja o «principio da nao intervençao»<br />

S. Pctersburgo, 21 do fevereiro de 1833.<br />

Monsieur.— Excusez, mr. le comte, si forcé par la continuation des<br />

mémes motifs, je continué aussi á vous adresser lámeme priere.de<br />

vouloir bien obtenir par la puissante recoramandation du gouvernement<br />

imperial auprés des gouvernements, et surtout de celui de l'Angle-<br />

terre, qu'ils observent, conformément á leurs promesses et déclarations,<br />

la plus striete neutralité dans la luttc engagée aujourd'hui en Portu­<br />

gal, et la laissent décider par ceux que cela regarde uniquement.<br />

1<br />

O mais hábil diplomata russo e um dos mais distinctos do <strong>seu</strong> <strong>tempo</strong>. Foi<br />

ministro dos negocios estrangeiros so*b os imperadores Alexaudre e Nicolau, sem<br />

quebra do <strong>seu</strong> extraordinario prestigio.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!