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o seu tempo - DSpace CEU

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Devo, porém, dizer a v. s. a<br />

que ouvi tudo isto e guardei para mim, nao lhes<br />

dando a entender que sabia do emprestimo, visto o segredo que s. ex." recom-<br />

mendou. V. s." conhece e sabe muito bem o meu carácter de nao desacreditar<br />

ninguem; porém, se communico a v. s. a<br />

o que ácima levo dito (e agora me confirma<br />

o meu collega), é por me parecer que nao cumpriria com o meu dever se<br />

o deixasse de fazer como pessoa a quem El-Rei Nosso Senhor honra pela sua<br />

confiança, de me haver nomeado para urna tal commissáo, podendo, comtudo, che-<br />

gar ao conhecimento de s. ex." este caso, por pessoas a quem lhes nao compete.<br />

< Officio de J. L. da Costa ao conde da Louzá<br />

Londres, 21 de junho de 1832.<br />

N.° 3. —111. mo<br />

e ox. mo<br />

sr. — Depois de ter procurado varias vezes o meu collega<br />

Heliodoro Jacinto de Araujo Carneiro, na hospedaría onde costumava pousar,<br />

e nao tendo ahi vindo hospedar-se d'esta vez, no dia 18 veiu elle procurar-me, e<br />

nao me achando, me deixou indicado onde morava. Fui visital-ono dia immediato<br />

e nao o achei, mas no mesmo dia 19, á noite, me aVisou das horas em que no<br />

seguinte estaría em casa e de que desejava fallar-me sobre assumpto do Real<br />

Serviço, etc.<br />

Fui, pois, a sua casa á primeira hora indicada e tivemos, sobre o negocio de<br />

que devemos tratar, urna longa conversacáo, do modo seguinte :<br />

Discorreu elle primeiro sobre o estado c ditliculdades das finanças do Reino<br />

e necessidade de se achar meios' de remediar-lhes; e nesta parte concordamos<br />

fácilmente. Disse que fallando com S. M. Lhe ponderara estas mesmas cousas e<br />

que Lhe propozera o lançar máo de um meio para remedial-as, de que quasi todos<br />

os outros Estados da Europa se tinham servido, a saber — de um emprestimo. Que<br />

lembrára entáo para este effeito mr. A. de Jouffroy, homem muito Realista, com<br />

muitos conhecimentos em commercio, muito interessado pela causa d'El-Rei Nosso<br />

Senhor, e que já tinha cooperado para o Emprestimo de Hespanha. Que S. M., por<br />

entáo, nada responderá; porém que, indo depois fallar aos Ex. mos<br />

Ministros d'Estado,<br />

finalmente o sr. visconde de Santarem se deliberara a propór o negocio em<br />

Conselho, e que, ahi, só v. ex." se oppozera fundado em que emprestimos eram sempre<br />

medidas muito onerosas para as naçoes, etc. Que, nao obstante, S. M. determinara<br />

finalmente, com v. ex.", que se ajustasse o emprestimo entre 68 e 70, e nao,<br />

como se tinha fallado, ácima de 60.<br />

Entáo lhe fiz eu as soguintes questoes, a que deu as respostas que as acompa-<br />

nham : — Se havia alguma proposta de mr. de Jouffroy, comoparecia entender-se<br />

do aviso de s. ex.", que acompanha as Instrucçoes que tive a honra de receber?<br />

Respondeu-mc que nao havia alguma.<br />

Se havia já fallado com o mesmo Jouffroy? Respondeu que no dia antece­<br />

dente, á noite, ali tinha estado com elle.<br />

Como entendía elle ser o contrato, se por commissáo ou ajuste fixo? Respon­<br />

deu que por commissáo, e que Jouffroy esperava urna resposta de París, de um<br />

banqueiro, o qual tinha já feito proposiçoes para o mesmo, em 1830.<br />

Se sabia o nome d'esse banqueiro, para eu poder ajuizar melhor, visto que,<br />

conhecendo muitos, podia ter noticia d'esse? Respondeu que se nao lembrava<br />

d'elle.

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