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o seu tempo - DSpace CEU

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GOVERNO MILITAR DE D. MIGUEL<br />

No campo militar do governo absoluto, o desalentó da maior parte dos soldados,<br />

as mesquinhas rivalidades dos chefes e a sua manifesta incompetencia<br />

foram as causas principaes da derrota.<br />

Bem diligenciou o visconde de Santarem tornar a esquadra do <strong>seu</strong> partido<br />

superior á dos liberaes, conhecendo que no mar estava o maior perigo. Porém<br />

nada conseguiu, nem podia conseguir, porque os homens e as instituiçocs do régi­<br />

men que abracara já nao actuavam concertadamente; trabalhavam como as pecas<br />

gastas de urna machina desconjuntada. Esse velho estado politico, esse organismo<br />

decadente, a que tentou communicar o impulso da sua auctoridade (já de si<br />

frouxa), estava irremediavelmente perdido; as suas funcçoes depravavam-se e a<br />

razáo fugia-lhe do espirito caneado e doente.<br />

Estes males orgánicos, incuraveis, aggravava-os a insensatez do rei absoluto,<br />

que, entregue aos <strong>seu</strong>s vicios, descurava os negocios do governo. D. Miguel reconheceu<br />

já tarde a necessidade de confiar os commandos do exercito a estrangeiros<br />

habéis.<br />

Em todo o caso, esta e outras medidas poderiam ter retardado, mas nunca<br />

impedido, a victoria do partido constitucional sobre um exercito em que apenas<br />

urna faecáo combatia desesperadamente, fiel até á morte aos fidalgos e aos padres<br />

por um resto de sentimento feudal. Era urna facçao catholica e militar, que defendía<br />

na pessoa do infante o systema social que elle representava, e a que a<br />

ligavam as raizes tenazes dos interesses, da tradiçao e do fanatismo religioso.<br />

DOC. CLXXXIII<br />

Oflicio do conde da Ponle ao visconde de Sanlarem<br />

Avisa-o dos preparativos de um novo recrutamento<br />

París, 29 de abril de 1838.<br />

para augmentar a força dos liberaes<br />

Confidencial n.° 17.— Ill. m0<br />

m o<br />

e ex.<br />

sr. — Depois de seis dias nao<br />

se falla em objecto mais importante a nosso respeito que o novo<br />

recrutamento a que se vae proceder neste paiz para augmentar a<br />

força dos rebeldes em Portugal.<br />

Assegura-se que se organisará urna força de tres mil homens e<br />

que um novo emprestimo se vae concluir em París em nome do Senhor<br />

D. Pedro. Apresso-me em levar esta communicaçSo ao conhecimento<br />

de v. ex. a<br />

por me parecer mui importante. Diz-se que o general fran­<br />

cez Romarino deverá tomar o commando d'aquella força.<br />

Deus guarde a v. ex. a<br />

—111. m0<br />

Conde da Ponte.<br />

e ex. m0<br />

sr. visconde de Santarem. =

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