o seu tempo - DSpace CEU

e nomeadamente o almirante Parker, que ahi mesmo tem grangeado
louvores, se abaixasse a similhante villeza ó o que se nao pode acre­
ditar ; e o que depois terei a honra de relatar a v. ex. a
esta minha incredulidade.
justificará
A vista d'isso abstive-me de dizer aqui urna só palavra sobre todo
este assumpto, e nada diría hoje a v. ex. a
se nao tivesse recebido
do secretario de legacáo, Saraiva, copia de urna circular que, com data
de 22 de fevereiro p. p., dirigiu aos agentes das tres grandes potencias
do norte, em Londres, para lhes communicar o ofíicio do visconde do
Peso da Regoa, e accusar o almirante de haver sondado este general
para saber se estava disposto a secundar os projectos revolucionarios
do governo britannico contra o de El-Rei N. S. Faço ardentes votos
ao céu para que esta communicacáo, devida a um excesso de zelo pelo
serviço de S. M., fique sendo, como foi pedido, puramente confiden­
cial, e nao chegue desgraçadamente aos ouvidos do almirante, e ao
conhecimento do já bastantemente enfurecido ministerio britannico,
accusado, na communicacáo, de haver dado aquellas instrucçoes.
Já tive por vezes a honra de dizer a v. ex. a
que depois mesmo
do nosso triumpho as grandes potencias, receava eu, o nao comple-
tariam pelo reconhecimento de S. M., antes de receberem este exem-
plo da Inglaterra. Em consequencia, creio ter já inculcado o que me
pareceu tambem e me parece da mais urgente necessidade — de pro­
curar amansar, o quanto for possivel, o ministerio inglez e a nacáo
em geral, tirando-lhes todo o pretexto de queixa, nao obstante termol-a
nos de sobejo contra a Gran-Bretanha em massa.
E lastima, á vista d'isso, que nos nao aproveitassemos da occasiáo
que nos deu o almirante Parker, para o trazer a novas e repetidas
praticas, em que, abstendo-nos de accusar de modo algum o seu
governo, procurassemos de o instruir sobre o verdadeiro estado das
nossas cousas, fazendo-lhe apalpar a falsidade da calumnia com que
tinham sido desfiguradas, e sobretudo fazer-lhe conhecer o carácter
e fazeres do cónsul Hoppner.
Eu li as instrucçoes que mr. Córdova recebeu, de Madrid, do seu
governo; nellas se lhe ordena expressamente «de empregar todos os
seus esforços para prevenir S. M. contra a nociva influencia dos con-
selhos de homens exaltados, cuja exageraçao de principios os leva a
professar um illimitado odio á Inglaterra; potencia esta, acrescenta,
poderosa e arbitra da decisao das mais; e portanto que deve ser con­
templada em tudo aquillo que nao prejudique os interesses materiaes
de Portugal ou lese os direitos de S. M. El-Rei N. S.
Estas instrucçoes, ex. ra0
sr., fallando na reproducçSo da questáo
da amnistía como de urna cousa positiva, assim que seja evacuado o