o seu tempo - DSpace CEU

mentó, — se decida, no caso que a Hespanha nao adopte as suas vistas,
a desligar-se d'ella e a terminar, por si só, os negocios de Portugal.
Tal é em poucas palavras a perspectiva que neste momento apre-
senta a nossa questao, e nos faz persistir na opiniáo de que dois mezes
ainda de resistencia no Porto bastariam para nos conduzir a um éxito,
mais ou menos feliz, da negociacáo, conforme a nossa situacáo militar
se achar, na sobredita epocha, mais ou menos vantajosa.
Deus guarde a v. ex. a
— Ill. m0
e ex. m0
sr. Agostinho José Freiré. =
Marquez de Palmella = Luiz da Silva Mousinho de Albuquerque.
Ill. m0
Officio reservado, n.° 4, dos plenipotenciarios a Agostinho José Freiré
Londres, 21 de dezembro de 1832.
e ex. ra0
sr. — A projectada ida do marquez de Palmella a
París nao se tem realisado ató agora, por motivo do desejo que-^lle
tem de unirmos os nossos esforços aos dos sr. conde do Funchal e
Abreu e Lima, para ver se pode conseguir-se algum dinheiro a fim
nao só de prevenir a bancarota imminente da casa de Carbonell, mas
tambem de continuar ató ao fim de fevereiro a fazer remessas sema-
naes de 2:000 libras sterlinas para essa cidade.
Para esse fim calculou-se ser necessaria urna somma, ao menos, de
32:000 libras sterlinas; téem-se tentado todas quantas diligencias sao
humanamente possiveis para a obter; infelizmente devemos declarar a
v. ex. a
que já recebemos um desengaño completo do Governo Franeez,
em resposta á carta dirigida pelo marquez de Palmella ao principe de
Talleyrand e recommendada por este ao seu Governo com a maior
instancia. Das casas de Ardoin e Ricardo é inútil esperar mais soc-
corro neste momento; e o chamamento que nos tinhamos lembrado de
.fazer ao publico, para induzir os possuidores de apolices a pagarem a
segunda prestacáo do emprestimo do anno passado, nao pode absolu­
tamente produzir bom effeito, segundo a opiniáo de todas as pessoas
entendidas na materia, visto o enomie descrédito que o sobredito em­
prestimo está agora soífrendo na praça de Londres.
Occorreu-nos, pois, como ultimo recurso, o renovar instancias ainda
mais urgentes junto ao Governo Inglez para que, por qualquer titulo
que seja, nos preste os meios indispensaveis para evitar a catastrophe
pecuniaria que nos ameaça; e, com este intento, dirigiu hoje o marquez
de Palmella a lord Grey a carta de que temos a honra de remetter
copia inclusa, em que recapitula a parte mais essencial do que em
varias entrevistas lhe tem já representado. Por agora só podemos