11.05.2013 Views

o seu tempo - DSpace CEU

o seu tempo - DSpace CEU

o seu tempo - DSpace CEU

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

e o susto que d'ella teve a Europa, nos poude trazer em favor, da<br />

parte das grandes potencias, foi urna franca linguagem, quando até<br />

ao anno de 1830 ella nao tinha sido senao ambigua e incerta.<br />

Sendo esta a minha maneira de ver os negocios, de pouco ou nada<br />

vejo que servem as minhas conferencias com os enibaixadores de<br />

Austria, Russia e Prussia, com o fim de poder, ao menos, fazer<br />

impedir o alistamento neste paiz, objecto sobre o qual elles real­<br />

mente téem fallado a este ministro dos negocios estrangeiros, mas de<br />

que resultado algum téem nunca obtido.<br />

Nao obstante, porém, de nada servirem as minhas entrevistas com<br />

estes embaixadores, visto que as suas cortes nao pretendem (como<br />

deviam) tomar urna parte activa e decisiva a favor da Causa Real<br />

Portugueza, por ser a da Europa, nao deixo comtudo de os procurar,<br />

por julgar ser isso um dever, na minha posiçao. Passo, pois, a dizer a<br />

v. ex. a<br />

Russia.<br />

o que hontem passei com Pozzo di Borgo, embaixador da<br />

Depois de eu lhe ter dado parte dos últimos alistamentos que se<br />

fazianí em Franca, do quanto os agentes dos rebeldes pagavam a cada<br />

alistado, e da partida de oito barcos de vapor, de Inglaterra, etc.,<br />

fazendo-lhe sobre isto aquellas observaçoes que julgo inútil repetir a<br />

v. ex. a<br />

, respondeu-me elle que, nao obstante isto, lhe parecia impossi-<br />

vel poderem os rebeldes conseguir os <strong>seu</strong>s fins em Portugal; por<br />

outro lado, disse tambem, que parecia nao pódennos nos tomar o<br />

Porto; nao se vendo portanto o fim d'este negocio.<br />

Passou depois a dizer-me as suas ultimas noticias de Londres: que<br />

lord Palmerston julgava ser o único meio de acabar a questáo por­<br />

tugueza reconhecer a Senhora D. Maria da Gloria, casando-a com<br />

um principe estrangeiro. O embaixador, dizendo-me este plano de<br />

lord Palmerston, m'o repetiu em ar de escarneo, fazendo ver nao ser<br />

aquelle o <strong>seu</strong> modo de pensar. V. ex. a<br />

diria sobre este assumpto.<br />

pode fazer idea do que eu<br />

Passou depois a fallar-me sobre o estado da Hespanha, que elle<br />

julgava por emquanto tranquilla; fez um grandissimo elogio aos talen­<br />

tos e carácter do primeiro ministro Zea Bermudez, e de tudo quanto<br />

elle tem feito em favor da nossa causa, e acabou perguntando-me a<br />

força da nossa esquadra, se os fundos do emprestimo continuavam a<br />

ir para Lisboa, e se eu julgava poderiamos agora obter algum resul­<br />

tado. Ao que eu respondí, quanto á primeira pergunta, declarando-lhe<br />

o numero de vasos da nossa esquadra; e, quanto ás duas outras,<br />

affirinativamente.<br />

Deus guarde a v. ex. a<br />

—111. ra0<br />

Conde da Ponte.<br />

e ex. m0<br />

sr. visconde de Santarem.=

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!