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o seu tempo - DSpace CEU

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nistro d'estado: «Vá dizer a Meu Irmao que, visto nem ao menos<br />

consentir que eu recite o ultimo paragrapho do meu discurso, nada<br />

recitareis. O ministro tomou a voltar poucos minutos depois, trazendo<br />

em resposta que o Infante consentía em que lesse o sobredito para­<br />

grapho<br />

A Senhora Infanta Regente recitou pois o discurso n.° 2, a que os<br />

srs. redactores chamam frió, e com rasao, nem é só esse o epitheto<br />

que lhe compete. Elle produziu tao triste e desanimadora impressao<br />

nos portuguezes sensatos, honrados e fiéis, que, vendo que naquelle<br />

discurso nem urna só palavra se disse do Senhor D. Pedro IV, julga-<br />

ram e disseram que a Senhora Infanta Regente estava, muito de an-<br />

temSo, de intelligencia e perfeito accordo com Seu Irmao o Senhor<br />

D. Miguel. Foi mais urna entre mil calumnias de que aquella infeliz<br />

Princeza tem sido victima. = Philoveritas.<br />

Nota. — Esta carta é de Bernardo José de Abrantes e Castro, medico e<br />

secretario da Infanta, e a folha foi cotejada com o original riscado pelo conde de<br />

Villa Real. (Silva Carvalho.)<br />

Discurso n.° i<br />

Dignos Pares do Reino e Senhores Deputados da Naçao Portu-<br />

gueza.— Urna circumstancia extraordinaria, que chama sobre si neste<br />

momento a attençao de toda a Europa, que fixa os votos de todos<br />

os governos d'ella, e que deve completamente satisfazer os desejos de<br />

todos os portuguezes, vos reúne hoje neste Augusto Recinto. Meu Fre­<br />

zado e Querido Irmao o Infante D. Miguel, designado por Sua Mages-<br />

tade para assumir a regencia d'estes reinos, chegou finalmente a elles;<br />

e, conduzido por urna nobre e leal obediencia aos decretos de El-Rei<br />

e por um sacrificio franco e generoso á felicidade da patria, vem hoje,<br />

pelo acto mais solemne, ratificar e ampliar no meio da naçao aquelle<br />

mesmo juramento, que longe d'ella tao espontáneamente prestara.<br />

Véda-me a solemnidade do dia trazer á lembrança os perigos e<br />

os trabalhos atravez dos quaes conseguimos chegar a esta epocha<br />

feliz, graças á docilidade e bom senso da naçao, e á honra e fidelidade<br />

dos portuguezes, dignos d'este nome; e, ousarei dizel-o, á constancia<br />

da minha moderaçao e á firmeza dos meus principios; mas é doce para<br />

mim recordar esses perigos e esses trabalhos, agora que posso a des-<br />

peito d'elles, e com grande satisfaçao minha, entregar a regencia -d'estes<br />

1<br />

Nao é exacto. (Silva Carvalho.)

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