o seu tempo - DSpace CEU

cimento, por ver assim tao verdadeiramente interpretadas as minhas intençoes e
rogo a v. ex." nao só queira levar á Augusta Presença de S. M., a quem beijo a
Real Mao, por tao distincta honra, a expressao da minha humilde gratidao, mas
acceitar tambem de mim iguaes sentimentos agradecidos para com v. ex.*
Seguro pois naquella base, de nao consentir em que o crédito e Fazenda Real
sejam prejudicados, até onde eu entender e pudér, continuarei a trabalhar segundo
as instruecóes que v. ex.* se tem servido enviar-me com os seus differentes oíficios.
O meu collega se acha fóra d'esta cidade, como avisei a v. ex.* em 22 do
passado, e tambem ha muito que nada sei de mrs. de Jouffroy e Haber; logo que
elles appareçam, insistirei ñas competentes reflexoes, segundo v. ex.* ordena.
Nao devo, comtudo, disfarçar a v. ex.* que nao tendo elles cumprido o que
prometteram, de apresentar novas propostas, até agora, mas insistindo sempre na
mesma substancia da primeira, duvido muito que se prestem a apresentar outra
que nao envolva os mesmos ou quasi os mesmos inconvenientes e objecçoes. As
razoes em que me fundo, para assim dizer, sao: 1.°, o nao possuirem elles capital
algum que possa offerecer garantías ao cumprimento do contrato; 2.°, a difficuldade
de achar-se quem, tratando com elles, possa offerecer, em seu logar, essas
garantías; porque, estou certo, segundo as circumstancias que occorrem em mrs.
de Jouffroy e Haber, muito diíficilmente haverá banqueiro, de alguma nota ou
crédito, que queira contratar com elles ou por intervencáo d'elles.
Assim, achando-se os sobreditos impossibilitados de serem por si mesmos
contratadores mutuantes, capazes de darem as garantías que segurem a realisacáo
do contrato, como v. ex.* bem exige no seu officio de 4 do corrente, é de necessidade,
ou que elles apontem outra gente que offereça essas garantías, ou que nos
tratemos directamente com banqueiros acreditados e abonados, em que ellas se
déem.
No primeiro caso, como nao convem crer sómente sobre palavra, mas verificar
a verdade, ha de ser preciso haver, directamente, dos banqueiros que indicarem,
a segurança das garantías, o que vem a dar na mesma cousa que se nos
tratassemos directamente com os ditos banqueiros; tendo a única differença de
haver muito mais embaraços, inconvenientes e despeza em tratar por segundas
pessoas, que tratar directamente.
Por consequencia, a nao proporem, como julgo nunca proporao, mrs. Jouffroy
e Haber novo projecto que nao tenha taes desvántagens, devo dizer a v. ex.* que
nao julgo possa vir a effectuar-se contrato vantajoso para o Estado, sem se tratar
directamente com outras pessoas que nao sejam os indicados. O mesmo facto
de mrs. Jouffroy e Haber me nao tornarem a apparecer, nem fallar ou escrever,
desde 12 de julho, parece indicar que nao puderam realisar o proporem, como tinham
promettido, novo projecto, livre das objecçoes que lhes fiz, e ñas quaes
El-Rei Nosso Senhor Manda que insista com probabilidade de serem acceitas.
O mais que depois téem feito, — artigos nos jornaes, asscrçoes de estar feito o emprestimo
e outras cousas em que eu nao tenho ti do parte alguma, — é claro que
tudo tem sido fóra da substancia e espirito das Instrucçoes de v. ex.* Tudo o que
occorrer terei o cuidado de o por fielmente na presença de v. ex.*
Deus guarde a v. ex.* — Ill. m0
e ex. 0
sr. conde da Louza, D. Diogo, etc.=
(Assignado) Joaquim Leocadio da Costa.