11.05.2013 Views

o seu tempo - DSpace CEU

o seu tempo - DSpace CEU

o seu tempo - DSpace CEU

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ceesario renovar no coraçao de v. ex. a<br />

, e no governo de S. M., esse<br />

desgosto, no momento em que me parecía se nos podía pagar; segundo,<br />

por julgar que se formaría urna verdadeira e exacta idea das privaçoes<br />

por que passamos, e pelos incommodos e vergonhas a que estamos e<br />

temos estado expostos durante dois annos em que tudo nos tem faltado.<br />

Como, porém, se passam dois mezes desde que pedí a v. ex. a<br />

fosse esta legaçao paga, urna vez que se havia effectuado o empres­<br />

timo, e como, dos fundos a elle pertencentes, teem ido para o Real<br />

Erario já sete milhoes sem se dar a providencia que pedí,— vejo que<br />

realmente nao se conhece a verdadeira posicáo em que nos acháraos,<br />

e por isso, renovando a v. ex. a<br />

o meu peditorio, passo a expor-lhe os<br />

motivos em que me fundo para justificar esta exigencia.<br />

Nao querendo tomar o <strong>tempo</strong> a v. ex. a<br />

com pequeños detalhes,<br />

digo, em summa, que nao tenho com que pagar a minha despeza men-<br />

sal dos objectos de primeira necessidade : nao posso pagar a casa onde<br />

moro, nao me é possivel continuar a fazer as despezas da secretaria,<br />

e outras indispensaveis para o serviço de S. M.; alem do que, ha<br />

algumas dividas, que ainda tenho, antigás. Começo, pois, de novo<br />

a empenhar-me agora, sem saber, porém, que motivo possa dar a<br />

quem me empresta dinheiro, por isso que ninguem pode julgar que o<br />

governo me deva, e tanto, por nao ser do meu carácter dizel-o.<br />

Deixando, pois, em silencio os vexames e privaçoes, que nunca<br />

na minha vida experimentei, nem a minha familia, e que mesmo ficam<br />

mal á dignidade do governo de S. M., sendo eu aqui conhecido por<br />

empregado, e ha tanto <strong>tempo</strong>,— somonte fundamento a posicáo era<br />

que estou, de que se me mande pagar o que se me deve nos tres prin-<br />

cipaes objectos de primeira necessidade de que ácima fallo.<br />

Eu mais do que ninguem estou prompto a sacrificar-mc pelo ser-<br />

vico de S. M., e a minha vida é nada quando se trata de a expór por<br />

El-Rei, e está á disposicáo de S. M. logo que o exija; mas deixar de<br />

rogar que se me pague, e quanto antes, para satisfazer aos meus ere-<br />

dores, é expor a minha honra, e por consequencia envilecer e degra­<br />

dar o carácter de que El-Rei me revestiu;—S. M. nao pode exigir esse<br />

sacrificio.<br />

O que digo da minha situacáo pode e deve ser applicado á dos<br />

empregados nesta legaçao; pedindo pois os meus pagamentos enten-<br />

de-se que igualmente peco os que lhes pertencem.<br />

Espero que v. ex. a<br />

faca d'este meu officio aquillo que julgar con­<br />

veniente para obter-se quanto antes o resultado que a justiça e o bem<br />

do serviço de S. M. exigem.<br />

Deus guarde a v. ex. a<br />

—111. m0<br />

Conde da Ponte.<br />

e ex. m0<br />

sr. visconde de Santarem. =

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!