o seu tempo - DSpace CEU

miudo e prolixo nas minhas perguntas e observaçoes, conversando com o meu
collega.
De qualquer excesso ou demasiada prolixidade, em que o meu zélo me fizesse
caír, peco a v. ex.* benigna desculpa, pois nao tenho outra cousa em vista senáo
o melhor acertó para a utilidade do negocio.
Deus guarde a v. ex.* — Ill. m0
e ex. mo
sr. conde da Louzá. = J. L. da Costa.
Londres, 27 de junho de 1832.
Officio de J. L. da Cosía ao conde da Louzá
N." 4. — III. 0
e ex.' sr. — Para melhor poder dar conta a v. ex.* do que passei
com o meu collega na primeira conferencia, escrevi o meu officio precedente,
emquanto estava com as ideas frescas ; depois d'isso, recebi no dia 24 do corrente,
do mesmo meu collega, aviso para ir no dia 25 a sua casa encontrar «as pessoas
com quem se havia de contratar».
Fui á hora assignada e achei ali já mr. Jouffroy, e depois appareceu outra
pessoa de seus amigos e que eu tinha varias vezes encontrado, sem que jamáis
soubesse ser pessoa de commercio ou de banco.
Depois de varias reflexoes e de haver-me o mesmo meu collega confirmado,
pelo que disse, a circumstancia de haver mr. de Jouffroy saído ha pouco da prisáo,
apresentaram-me as proposiçoes que por copia tenho a honra de remetter a
v. ex. a
, para eu reflectir sobre ellas e lhes fazer as minhas observaçoes, como o
exigi. D'estas observaçoes tambem remetto copia.
Pelo artigo 6.°, particularmente, me convenci que o principal objecto das pessoas
que propoem é aquella commissao; fazendo o tal artigo, se se admittisse,
que elles, em todo o caso, fioassem de ganho, qualquer que fosse a quantia que se
realisasse. Porém, como para o Governo e para a Nacáo nao é indifl'erente o propór-se
esta transacçao e nao se effectuar senáo em pequeña parte, podendo os
commissionados cessarem suas diligencias logo que tenham recebido alguma
cousa, por isso fiz as obscrvaçoes ao dito artigo 6.°, d'aquella maneira.
Aos outros artigos nao me faltaram tambem observaçoes que fazer; porém,
limitei-me ás que remetto, por tres razoes: 1. a
, porque nao parecesse que de proposito
queria embaraçar a transaecáo, esmiuçando demasiado os artigos; 2.*,
porque o decidir a respeito da maior parte dos outros pertence mais ao Governo
d'El-Rei Nosso Senhor; 3.*, porque aquelles a que fiz aquellas observaçoes sao
os mais esseuciaes.
Aqui tinha deixado o meu officio em aborto para continuar hoje, dando conta
a v. ex.* do que passasse na apresentacáo das minhas observacííes, a qual fiz
hontem á hora que para isso tinhamos ajustado, e, pelo que vou expor a v. ex.*,
conhecerá que me nao tinha muito engañado no meu juizo, a respeito de ser o de
receberem as commissoes o principal interesse das pessoas que se offereciam a entrar
por commissarios d'esta transaecáo.
Apenas cheguei á casa do meu collega, onde achei mr. de Jouffroy e o outro,
a primeira pergunta que se me fez foi se approvava as propositóos por elles apresentadas.
A isto respondi que desejava, antes de entrar nesta materia, de saber
quem era o banqueiro ou banqueiros com quem se havia de tratar. Tornou-se-me
que d'isso se trataría depois de approvadas as proposiçoes. Insisti em que nao
podia dar approvacáo antes de saber as qualidades e circumstancias dos propo-