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Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...

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106<br />

F6- (...) o pai é muito estressado, o pai passa aquele estresse, o J é assim estressado por causa<br />

do pai, ele chega <strong>em</strong> casa berrando, ele é muito... muito exigente com tudo.<br />

Ele precisava mesmo <strong>de</strong> um psicólogo, ele é uma pessoa assim tão boa, t<strong>em</strong> um coração tão bom,<br />

é um bom pai, só que o estresse.. é agressivo e essa agressivida<strong>de</strong> que passa, o J diz: eu não<br />

posso bater, o pai me bate, quando meus amigos aprontam eu bato mesmo...<br />

F5- Ele não t<strong>em</strong> o pai presente, nunca teve, não conhece o pai, nunca teve relação com o pai,<br />

a psicóloga falou que ele é muito carente.<br />

As mães que participam das reuniões na medida <strong>em</strong> que vivenciam essa<br />

experiência social vão mudando a sua percepção <strong>em</strong> relação aos seus filhos, à dinâmica<br />

familiar, e vão se transformando, reescrevendo sua história uma vez que se estabelece<br />

uma relação dialética das dimensões interpsicológica e intrapsicológica, compreendidas no<br />

posicionamento <strong>de</strong> que o intrapsicológico-interno foi antes interpsicológico-externo, isto é, o social<br />

constitui o sujeito ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que é constituído por ele, ambos sendo constituídos pelas<br />

mediações dos signos. (MOLON, 2003, p. 100)<br />

E, na medida <strong>em</strong> que se transformam vão percebendo o outro <strong>de</strong> sua família, do<br />

círculo social ou da escola que não atingiu ainda o seu nível <strong>de</strong> consciência. A forma<br />

como reag<strong>em</strong> a isso indica os avanços que conseguiram através da prática social;<br />

algumas reag<strong>em</strong> com indignação:<br />

F6- <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o prezinho as professoras falavam que ele precisava um tratamento com o<br />

psicólogo, b<strong>em</strong> ignorante, ele precisa é <strong>de</strong> cinta.<br />

F4 (alterando o tom <strong>de</strong> voz)- Sabe o que a mãe <strong>de</strong>le fala Que hiperativo nada, não é hiperativo<br />

nada, é vagabundo t<strong>em</strong> que fazer a lição.<br />

F5- é difícil, porque t<strong>em</strong> meu irmão que briga com ele direto, porque tudo o que ele faz ele faz<br />

muito barulho com a boca para brincar com os carrinhos, então meu irmão fica brigando com ele<br />

direto.<br />

F7- (...)a diretora da escola diz que o I é mal educado, que eu não dou limite.<br />

F9- Sabe o que a diretora falou para mim O U não t<strong>em</strong> probl<strong>em</strong>a nenhum, é s<strong>em</strong> vergonhice<br />

<strong>de</strong>le, mais ou menos que não existe isso, isso aí não é probl<strong>em</strong>a.<br />

Outras mães reag<strong>em</strong> com conformismo, aceitando a reação dos outros frente ao<br />

modo <strong>de</strong> ser do filho como impossível <strong>de</strong> ser mudada:<br />

F7- Ele (o pai) acha que o I t<strong>em</strong> é s<strong>em</strong> vergonhice, ele diz que psicólogo, médico, é só papo,<br />

ele não acredita nisso, ele acha que não é nada ( a expressão da mãe ao dizer isto era <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sânimo, incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer qualquer coisa que pu<strong>de</strong>sse mudar o modo <strong>de</strong> pensar do pai).

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