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Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...

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25<br />

admite a lei da associação, isto é, o estabelecimento <strong>de</strong> conexões entre os el<strong>em</strong>entos da<br />

experiência com base na contigüida<strong>de</strong> e s<strong>em</strong>elhança.Dessa forma,<br />

O mecanismo da ativida<strong>de</strong> mental, a própria estrutura dos processos <strong>de</strong> pensamento e<br />

comportamento não difer<strong>em</strong> num hom<strong>em</strong> primitivo e num hom<strong>em</strong> cultural, e toda a especificida<strong>de</strong><br />

do comportamento e do pensamento <strong>de</strong> um hom<strong>em</strong> primitivo <strong>em</strong> comparação com a <strong>de</strong> um<br />

hom<strong>em</strong> cultural po<strong>de</strong>, segundo essa teoria, ser compreendida e explicada a partir das condições<br />

<strong>em</strong> que o selvag<strong>em</strong> vive e pensa. (VIGOTSKI; LURIA, 1996, p.97).<br />

A segunda teoria admite que tipos diversos <strong>de</strong> psicologias individuais<br />

correspon<strong>de</strong>m a tipos diversos <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>, ou seja, na socieda<strong>de</strong> primitiva<br />

<strong>de</strong>senvolve-se o pensamento pré-lógico ou místico, <strong>em</strong> que o traço principal é a lei da<br />

participação.<br />

A terceira teoria admite que o <strong>de</strong>senvolvimento do hom<strong>em</strong> como espécie biológica<br />

completou-se basicamente quando começou a história do hom<strong>em</strong>. Isto não significa que<br />

a biologia humana tenha se imobilizado neste momento, mas sim que se tornou<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do <strong>de</strong>senvolvimento histórico da socieda<strong>de</strong> humana, estando a ele<br />

subordinada. Em outras palavras, a história do hom<strong>em</strong> é a história da passag<strong>em</strong> da<br />

or<strong>de</strong>m da natureza à or<strong>de</strong>m da cultura, ou seja, Vigotski consi<strong>de</strong>ra o substrato biológico<br />

como condição para o <strong>de</strong>senvolvimento do ser sócio cultural:<br />

Po<strong>de</strong>m-se distinguir, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um processo geral <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, duas linhas<br />

qualitativamente diferentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, diferindo quanto à sua orig<strong>em</strong>: <strong>de</strong> um lado, os<br />

processos el<strong>em</strong>entares que são <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> biológica; <strong>de</strong> outro, as funções psicológicas superiores,<br />

<strong>de</strong> orig<strong>em</strong> sócio cultural. A história do comportamento da criança nasce do entrelaçamento <strong>de</strong>ssas<br />

duas linhas. (Vigotski, 2003a, p.61).<br />

A história pessoal faz parte da história humana e por isso as transformações que<br />

ocorr<strong>em</strong> no plano ontogenético são casos particulares das que ocorr<strong>em</strong> no plano<br />

filogenético. O processo <strong>de</strong> transformação do hom<strong>em</strong> primitivo <strong>em</strong> hom<strong>em</strong> cultural e o<br />

processo <strong>de</strong> sua evolução biológica contudo, não coinci<strong>de</strong>m, um não representa a<br />

continuação do outro, mas cada um está sujeito a suas próprias leis específicas.<br />

(VIGOTSKI; LURIA, 1996, p.106).<br />

As idéias <strong>de</strong>fendidas por Vigotski e Luria (1996, p.106) superam o pensamento<br />

dualista, na medida <strong>em</strong> que postulam o substrato biológico como condição fundamental<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento do hom<strong>em</strong> sócio-cultural. Quando consi<strong>de</strong>ram as funções

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