Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...
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multidisciplinar, faltando um caminho a ser percorrido até a transdisciplinarida<strong>de</strong>, visto<br />
que, concordando com Pino e Góes (2000, p.9), esta não inclui apenas a integração <strong>de</strong><br />
saberes, mas também a superação <strong>de</strong> toda forma <strong>de</strong> reducionismo e <strong>de</strong> a-historicismo.<br />
Em suas respostas, cada um dos m<strong>em</strong>bros da equipe fala com base na sua<br />
fração do trabalho; na verda<strong>de</strong>, as formas <strong>de</strong> relação e interação estabelecidas entre os<br />
profissionais ainda prescin<strong>de</strong> <strong>de</strong> um significado comum. Quando falam <strong>de</strong> suas relações<br />
com as famílias e a escola, poucos têm a percepção <strong>de</strong> como o trabalho do ambulatório<br />
do CENEP está se <strong>de</strong>senvolvendo nos últimos dois anos. Por se tratar <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong><br />
profissionais que <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> vários projetos, trabalham <strong>em</strong> diferentes lugares,<br />
percebe-se que estas várias situações sociais acabam se interpenetrando e não se t<strong>em</strong><br />
clara a divisão <strong>de</strong> on<strong>de</strong> começa um projeto e termina o outro, assim a representação que<br />
cada um t<strong>em</strong> do trabalho apresenta-se fragmentada.<br />
Na participação durante o ano nas reuniões do grupo, po<strong>de</strong>-se perceber que estas<br />
falas relatam claramente o que ocorre na prática. Uma dificulda<strong>de</strong> que a pesquisadora<br />
encontrou foi na transcrição das gravações <strong>de</strong>ssas reuniões, já que as mesmas<br />
apresentavam muita conversa paralela, muito ruído, dispersão, falta <strong>de</strong> objetivida<strong>de</strong>,<br />
fazendo com que muitas vezes a pesquisadora relacionasse as características do grupo<br />
com os sintomas do sujeito TDAH. Nesse sentido, po<strong>de</strong>-se dizer que n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre a<br />
linguag<strong>em</strong> atuou como instrumento organizador <strong>de</strong> mediação da relação entre os<br />
sujeitos.<br />
c) Resultados <strong>de</strong>ssa abordag<strong>em</strong><br />
Todos os profissionais apontaram resultados positivos a partir da abordag<strong>em</strong> que<br />
o ambulatório do TDAH t<strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvido. Segu<strong>em</strong>-se algumas falas:<br />
C1- Eu acho que trouxe avanços sim, (...) a melhora é visível, essas crianças que eu citei que<br />
os pais são mais presentes e a escola também, (.. )vários fatores assim <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> que é uma<br />
coisa que prejudica muito a criança, expectativa <strong>em</strong> relação ao rendimento <strong>de</strong>la, cobrança, isso<br />
<strong>de</strong>ixa a criança muito encurralada, e às vezes ela não dá conta da situação, e ela <strong>de</strong>senvolve<br />
outros probl<strong>em</strong>as, <strong>de</strong>senvolve tique, <strong>de</strong>senvolve somatização, <strong>de</strong>senvolve outras coisas que não<br />
teriam a ver com a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong>la, quando qu<strong>em</strong> trabalha com a criança: família, a escola, a<br />
equipe terapêutica falam a mesma língua, têm a compreensão, essa criançaa se sente mais<br />
acolhida e dá uma resposta mais positiva. (...) Na aprendizag<strong>em</strong> também, porque elimina a<br />
ansieda<strong>de</strong>, porque uma gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> que a gente t<strong>em</strong> na aprendizag<strong>em</strong> é a ansieda<strong>de</strong>