Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...
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P5- Olha, na primeira vez que nós chamamos a mãe foi supervisora que aten<strong>de</strong>u, porque na data<br />
que foi agendada a mãe não po<strong>de</strong> vir, agora ont<strong>em</strong> que foi a entrega dos boletins, a mãe<br />
compareceu, normal assim, passei para a mãe todas as dificulda<strong>de</strong>s a mãe está b<strong>em</strong> a par, ela<br />
sabe b<strong>em</strong> é b<strong>em</strong> consciente dos déficits assim <strong>de</strong> atenção, probl<strong>em</strong>inha assim da N, então<br />
b<strong>em</strong> normal, assim.<br />
P7- É uma criança alegre, participativa e <strong>de</strong> bom relacionamento com os colegas e<br />
professores.<br />
Estes relatos corroboram os estudos que <strong>de</strong>stacam que os fatores que interfer<strong>em</strong><br />
sobr<strong>em</strong>aneira no relacionamento (família, escola, amigos) da criança TDAH, são aqueles<br />
ligados à hiperativida<strong>de</strong> e impulsivida<strong>de</strong>; tais estudos também apontam, como já referido,<br />
uma prevalência maior do TDAH <strong>em</strong> meninos, já que esses, <strong>em</strong> geral, apresentam a<br />
hiperativida<strong>de</strong> (ANDRADE; SCHEUER; RIBEIRO et al, 2001, p.98; GOLFETO e<br />
BARBOSA, 2003, p.23)<br />
Por outro lado, cabe <strong>de</strong>stacar alguns termos utilizados por algumas professoras<br />
tais como: “ela não é daquelas hiperativas agressivas”; “(...) probl<strong>em</strong>inha assim da N”<br />
que revelam muito sutilmente uma postura <strong>de</strong> não aceitação (daquelas hiperativas<br />
agressivas) ou <strong>de</strong> pena (o probl<strong>em</strong>inha da criança) e não coadunam com uma escola<br />
inclusiva, já que incluir não significa abrir espaço para o diferente ou aceitá-lo, pois “na<br />
socieda<strong>de</strong> inclusiva ninguém é bonzinho. (...) Somos apenas, e isto é suficientecidadãos<br />
responsáveis pela qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida do nosso s<strong>em</strong>elhante, por mais diferente<br />
que ele seja ou nos pareça ser”. (WERNECK, 1997, p.21).<br />
Teríamos uma escola muito melhor se os vários “probl<strong>em</strong>inhas” que as crianças<br />
apresentam na escola (<strong>de</strong>ntre eles o TDAH) foss<strong>em</strong> tratados com serieda<strong>de</strong> pela<br />
instituição escolar. Informação, formação, uma prática articulada à teoria buscando a<br />
compreensão da realida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> leituras mais amplas viabilizando a transformação,<br />
interação com as outras áreas do conhecimento (como o caso do CENEP) para os<br />
professores; informação (palestras, oficinas, ativida<strong>de</strong>s) para a comunida<strong>de</strong> escolar, a<br />
vizinhança da escola, enfim, alguns passos que a escola está <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> dar, e,<br />
como se pô<strong>de</strong> constatar nesta pesquisa, n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre por falta <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>.<br />
As falas das professoras mudam muito quando a criança apresenta características<br />
da hiperativida<strong>de</strong> ou ainda quando a família não coopera com as escolas.<br />
P1- (...) você vê , o aluno X t<strong>em</strong> toda condição, mas os pais não dão muito conta.