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Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...

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132<br />

escrever, ela escreve, escreve, escreve aquilo s<strong>em</strong> parar, s<strong>em</strong> pontuação, s<strong>em</strong> troca <strong>de</strong><br />

parágrafo, só pelo fato <strong>de</strong> estar escrevendo, mas às vezes o texto não t<strong>em</strong> sentido nenhum<br />

(...)<br />

P7- T<strong>em</strong> muita dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> copiar os exercícios do quadro, necessitando <strong>de</strong> constante<br />

orientação.<br />

P8- (...) ele não parava, para colocar o material, ele ficava meia hora para juntar o material,<br />

tinha quinhentas coisas no chão, ele não sabia o que pegar primeiro.<br />

Para Vigotski as conseqüências do distúrbio possu<strong>em</strong> um duplo caráter, se por<br />

um lado ocorre um <strong>de</strong>senvolvimento incompleto das funções vinculadas ao dano<br />

biológico, por outro, aparec<strong>em</strong> mecanismos compensatórios <strong>de</strong> adaptação. Assim,<br />

Vigotski refuta a idéia <strong>de</strong> que “as distintas funções são mais ou menos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

umas das outras, <strong>de</strong>monstrando o caráter dialético <strong>de</strong> sua modificação, que produz<br />

mudanças qualitativas da consciência e da personalida<strong>de</strong>”. (BEIN; VLÁSOVA; LÉVINA,<br />

et al, 1983, p.373). Portanto,<br />

Vigotski entendia o processo <strong>de</strong> compensação do <strong>de</strong>senvolvimento anormal (<strong>em</strong> oposição à<br />

concepção biologizante) não como a substituição mecânica ou automática da função afetada, e<br />

sim como uma conseqüência do exercício in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da função <strong>de</strong>bilitada e um resultado da<br />

educação dos aspectos compensatórios do psiquismo e da personalida<strong>de</strong> da criança anormal.<br />

Vigotski também <strong>de</strong>monstrou que o resultado da compensação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> não só da gravida<strong>de</strong> do<br />

<strong>de</strong>feito, mas também, e <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> medida, da a<strong>de</strong>quação e eficácia dos métodos utilizados para<br />

formar os processos compensatórios; <strong>de</strong> acordo com o êxito da compensação e da correção se<br />

modifica a estrutura do <strong>de</strong>feito. (BEIN; VLÁSOVA; LÉVINA et al, 1997, p.373).<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento das crianças também no que se refere à organização<br />

(espacial, t<strong>em</strong>poral, pessoal, ou ainda do pensamento) vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r das formas <strong>de</strong><br />

mediação estabelecidas pelo educador, especialmente a mediação dos signos e do<br />

significado representada pela linguag<strong>em</strong>.<br />

Ao refletir sobre a função da linguag<strong>em</strong> na formação da consciência, Palangana<br />

afirma que:<br />

Quando, no convívio diário, as pessoas apontam, discriminam, oferec<strong>em</strong> explicações, ressaltam<br />

aspectos, comportam-se, estabelec<strong>em</strong> relações junto com a criança estão, mesmo s<strong>em</strong> se dar<br />

conta, participando ativamente na (com)formação do seu pensamento, <strong>de</strong> sua consciência. Nas<br />

experiências partilhadas, a criança não vai simplesmente apren<strong>de</strong>ndo a cumprir or<strong>de</strong>ns, a imitar<br />

posturas, a seguir regras e princípios. Mais que isso, interiorizando-os, dominando suas<br />

correspon<strong>de</strong>ntes operações e, não raro, (re)elaborando-os, com base nas condições socialmente<br />

dadas. (PALANGANA, 2000, p.31).

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