Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...
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C11- Eu acho assim que o trabalho aqui está sendo estruturado, ele já t<strong>em</strong> um caminho<br />
percorrido mas t<strong>em</strong> muito a ser construído.<br />
Estas falas evi<strong>de</strong>nciam o pressuposto mais fundamental da metodologia dialética,<br />
já referido neste trabalho, <strong>de</strong> que toda formação social é suficient<strong>em</strong>ente contraditória<br />
para ser historicamente superável, sendo que a contradição não é necessariamente<br />
exógena (no caso do CENEP, a <strong>de</strong>manda cada vez maior <strong>de</strong> pacientes, a falta <strong>de</strong><br />
profissionais, a <strong>de</strong>smotivação dos professores para comparecimento às reuniões), mas<br />
também endógena como atritos/afetivida<strong>de</strong>, críticas/respeito, falta <strong>de</strong><br />
amadurecimento/experiência; <strong>de</strong>sorganização/planejamento.<br />
Enfim, a afirmação <strong>de</strong> D<strong>em</strong>o (1983, p.87) que “ a dialética acredita que a<br />
contradição mora <strong>de</strong>ntro da realida<strong>de</strong>. Não é <strong>de</strong>feito. É marca registrada. É isto que a faz<br />
um constante vir-a–ser, um processo interminável, criativo e irrequieto. Ou seja, que a<br />
faz histórica”, reflete b<strong>em</strong> o ambulatório do TDAH do CENEP. Muitas contradições<br />
endógenas e exógenas se faz<strong>em</strong> presentes, contudo, o trabalho produz resultados<br />
muito bons e está se tornando um centro <strong>de</strong> referência, o que confirma o quanto o<br />
processo dialético presente na realida<strong>de</strong> é marca <strong>de</strong> uma historicida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> geral, muito<br />
bonita.<br />
b) Relação com os pais/familiares e com a escola<br />
Em geral, a relação dos profissionais do CENEP seja com a família, seja com a<br />
escola é muito pequena, restringindo-se à momentos <strong>de</strong> consulta, intervalos entre<br />
atendimentos e <strong>de</strong>volutivas, com algumas exceções. Segu<strong>em</strong>-se alguns trechos dos<br />
relatos dos próprios investigados:<br />
C1- Antigamente era feito informalmente, porque os pais traz<strong>em</strong> os filhos para o atendimento<br />
então você conversa com os pais antes ou <strong>de</strong>pois do atendimento, e se tá grave, não quero<br />
conversar um minutinho, a gente resolve as coisas ali no dia a dia; mas quando a C10 chegou<br />
aqui no hospital há 1 ano e meio se não me engano, que ela trouxe essa proposta <strong>de</strong> reunião, nós<br />
achamos assim que ia ser maravilhoso porque ia trabalhar diretamente com aquelas dificulda<strong>de</strong>s<br />
mas não assim não é o psicopedagogo do teu filho que está falando para você, é um outro<br />
profissional que está mostrando generalizado a situação, não vai pegar no seu pé, não vai tocar<br />
<strong>em</strong> ponto importante.