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Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...

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A pesquisa qualitativa possibilita a compreensão dos fenômenos “<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma<br />

perspectiva holística, que leve <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração os componentes <strong>de</strong> uma dada situação<br />

<strong>em</strong> suas interações e influências recíprocas(...)” (ALVES, 1991, p.53); a compreensão do<br />

pesquisador é <strong>de</strong> que o “todo” é maior que a soma das partes.<br />

Na pesquisa qualitativa, mais importante que o produto é o processo da coleta das<br />

informações, e por isso os instrumentos utilizados são pouco estruturados e a narrativa é<br />

utilizada como um campo propício <strong>de</strong> apropriação das percepções e subjetivida<strong>de</strong>s<br />

humanas.<br />

Flick (2004, p.17) justifica a relevância da pesquisa qualitativa para o estudo das<br />

relações sociais tendo <strong>em</strong> vista a pluralização das esferas da vida, o que exige uma<br />

nova sensibilida<strong>de</strong> no estudo <strong>em</strong>pírico das questões sociais. Para este autor, o objeto <strong>de</strong><br />

estudo é o fator <strong>de</strong>terminante para a escolha <strong>de</strong> um método, e na pesquisa qualitativa os<br />

objetos não são reduzidos a variáveis únicas, mas, sim estudados <strong>em</strong> seu contexto<br />

diário consi<strong>de</strong>rando-se toda a sua complexida<strong>de</strong> e totalida<strong>de</strong>. “Os campos <strong>de</strong> estudo não<br />

são as situações artificiais <strong>em</strong> laboratório, mas as práticas e interações dos sujeitos na<br />

vida cotidiana”.(FLICK, 2004, p.21).<br />

São ainda características da pesquisa qualitativa a interação do pesquisador com<br />

os participantes, uma vez que aquele tenta apreen<strong>de</strong>r os aspectos dinâmicos e<br />

individuais da experiência humana no contexto daqueles que os estão vivenciando<br />

(TOMASI; YAMAMOTO, 1999, p.24), s<strong>em</strong> manipular este contexto, mas enten<strong>de</strong>ndo<br />

aquilo que observa e analisa <strong>de</strong> uma forma natural e singular.<br />

Conforme Trivinõs (1987, p.170), a pesquisa qualitativa favorece a flexibilida<strong>de</strong> na<br />

análise das informações, pois, a dimensão subjetiva <strong>de</strong>ssa abordag<strong>em</strong> permite a<br />

passag<strong>em</strong> constante entre informações reunidas e interpretadas para novas<br />

possibilida<strong>de</strong>s e novas buscas <strong>de</strong> informações<br />

Nas ciências humanas, objeto <strong>de</strong> estudo é o hom<strong>em</strong>, portanto, o pesquisador “não<br />

po<strong>de</strong> se limitar ao ato cont<strong>em</strong>plativo, pois encontra-se perante um sujeito que t<strong>em</strong> voz, e<br />

não po<strong>de</strong> apenas cont<strong>em</strong>plá-lo, mas t<strong>em</strong> <strong>de</strong> falar com ele, estabelecer um diálogo com<br />

ele.” ( FREITAS, 2002, p.24). Dessa forma, não se estabelece uma relação sujeitoobjeto,<br />

mas sim uma relação entre sujeitos, ou pesquisador e pesquisado são sujeitos<br />

<strong>em</strong> interação. Esta concepção orientadora <strong>de</strong> pesquisa v<strong>em</strong> ao encontro do pensamento<br />

<strong>de</strong> Vigotski, cuja teoria consi<strong>de</strong>ra que todo conhecimento é s<strong>em</strong>pre construído na inter-

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