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Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...

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Estes conceitos associados a teoria funcional <strong>de</strong> Luria fornec<strong>em</strong> el<strong>em</strong>entos para<br />

que se possa compreen<strong>de</strong>r as bases neurais da percepção e da atenção apontadas<br />

pelos estudos mais recentes <strong>em</strong> neurociências.<br />

3.1 BASES NEURAIS DA PERCEPÇÃO E DA ATENÇÃO<br />

Conforme Lent (2001, p.557) “percepção, para os seres humanos, é a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> associar as informações sensoriais à m<strong>em</strong>ória e à cognição, <strong>de</strong> forma a formar<br />

conceitos sobre o mundo e sobre nós mesmos e orientar nosso comportamento”. Assim,<br />

<strong>em</strong>bora a percepção <strong>de</strong>penda dos sentidos, ela difere <strong>de</strong>sses, uma vez que envolve<br />

processos mais complexos do que a experiência sensorial. Uma das suas principais<br />

características (que a diferencia das sensações) é a constância perceptual, ou seja, a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se perceber um mesmo objeto ainda que apresente uma imag<strong>em</strong> visual<br />

diferente.<br />

O processo <strong>de</strong> percepção envolve alguns estágios: uma fase analítica <strong>em</strong> que os<br />

estímulos visuais, auditivos ou somestésicos são transduzidos, codificados e enviados<br />

ao córtex através dos vários sist<strong>em</strong>as sensoriais que são responsáveis pela análise, e<br />

uma fase sintética <strong>em</strong> que as partes são reunidas num só conjunto que faça sentido, a<br />

partir <strong>de</strong> códigos já prontos, especialmente os <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong>. Assim, segundo Luria<br />

(1981, p. 200) o processo <strong>de</strong> percepção humana t<strong>em</strong> uma natureza complexa com<br />

estreita participação da linguag<strong>em</strong>.<br />

Os distúrbios da percepção são <strong>de</strong>nominados agnosias, e, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da região<br />

atingida po<strong>de</strong>m ser visuais, auditivas, somestésicas ou ainda, <strong>em</strong>bora pouco comuns,<br />

olfatórias e gustativas. (LENT, 2001, p.558).<br />

Em relação à anatomia funcional da percepção, Luria (1981, p.201) referiu a<br />

participação <strong>de</strong> zonas primárias e secundárias do córtex na percepção visual, o<br />

chamado córtex associativo. Estudos mais recentes com a utilização <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong><br />

imag<strong>em</strong> funcional possibilitaram a i<strong>de</strong>ntificação das áreas envolvidas nos mecanismos<br />

neurais da percepção <strong>de</strong>svendando vários aspectos do seu funcionamento.<br />

Desses estudos <strong>de</strong>correram duas hipóteses para a percepção: uma <strong>de</strong> hierarquia<br />

linear, <strong>em</strong> que cada área utiliza uma informação veiculada pela prece<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> forma a

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