Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...
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Esta unida<strong>de</strong> t<strong>em</strong> gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> modal, isto é, suas partes estão adaptadas<br />
para a recepção <strong>de</strong> informações visuais, auditivas, vestibulares ou sensoriais gerais.<br />
Sua base é formada por áreas primárias, circundadas por zonas corticais secundárias e<br />
com zonas terciárias situadas nas fronteiras entre os lobos. O funcionamento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>,<br />
portanto, da atuação combinada das zonas corticais uma vez que envolve sensação<br />
(primária), percepção (secundária) e associação (terciária).<br />
A organização e funcionamento <strong>de</strong>sta unida<strong>de</strong> submet<strong>em</strong>-se a três leis: a lei da<br />
estrutura hierárquica das zonas corticais <strong>em</strong> que o funcionamento da zona terciária<br />
controla o da zona secundária e este o da zona primária; a lei da especificida<strong>de</strong> modal<br />
<strong>de</strong>crescente, uma vez que nessa unida<strong>de</strong>, as zonas primárias possu<strong>em</strong> uma<br />
especificida<strong>de</strong> modal máxima, isto é, um número gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> neurônios com funções<br />
altamente diferenciadas, enquanto que nas áreas secundárias e terciárias predominam<br />
os neurônios associativos, o que implica numa especificida<strong>de</strong> modal b<strong>em</strong> menor; e a lei<br />
da lateralização progressiva das funções, ou seja, nas áreas primárias as estruturas<br />
têm papéis idênticos nos dois h<strong>em</strong>isférios cerebrais, no entanto, nas zonas secundárias<br />
e terciárias, as funções começam a diferir radicalmente <strong>de</strong> um h<strong>em</strong>isfério para o outro.<br />
(LURIA, 1981, p.62). Estes princípios possibilitam as formas mais complexas <strong>de</strong><br />
funcionamento cerebral uma vez que estão na base das ativida<strong>de</strong>s cognitivas.<br />
A terceira unida<strong>de</strong> funcional, responsável pela programação, regulação e<br />
verificação é a organizadora da ativida<strong>de</strong> consciente. Suas estruturas localizam-se nas<br />
regiões anteriores dos h<strong>em</strong>isférios, anteriormente ao giro pré-central, sendo este um<br />
aparelho efetor do córtex. De forma diferente da segunda unida<strong>de</strong>, os processos na<br />
unida<strong>de</strong> terciária segu<strong>em</strong> <strong>em</strong> direção <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, isto é, os planos e programas são<br />
formados nas zonas secundárias e terciárias, passando às estruturas da ativida<strong>de</strong><br />
motora que envia os impulsos para a periferia. Outra característica que as distingue é<br />
que a terceira unida<strong>de</strong> não contém zonas modalmente específicas (mas é formada por<br />
sist<strong>em</strong>as eferentes, motores, estando sob influência <strong>de</strong> estruturas aferentes).<br />
As áreas pré-motoras da região frontal <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penham o papel <strong>de</strong> zona<br />
secundária. A parte mais importante da terceira unida<strong>de</strong> é representada pelos lobos<br />
frontais, uma vez que esta região apresenta um sist<strong>em</strong>a rico <strong>em</strong> conexões <strong>de</strong> natureza<br />
bidirecional tanto com os níveis inferiores do cérebro quanto com outras regiões do<br />
córtex, o que segundo Luria representa uma posição favorável “tanto para a recepção e<br />
síntese do complexo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> impulsos aferentes que chegam <strong>de</strong> todas as partes do