Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...
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mas também ao fornecimento <strong>de</strong> estímulos apropriados (nutrição cognitiva 14 ).<br />
(FACCHINI, 2001, p.103).<br />
O fato da aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong>mandar maiores esforços no <strong>de</strong>correr do t<strong>em</strong>po não<br />
significa que as pessoas <strong>de</strong>ix<strong>em</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r com o amadurecimento, o que ocorre é<br />
que per<strong>de</strong>m um pouco as vantagens que a natureza biológica lhes oferece.<br />
Pesquisas recentes <strong>em</strong> neuropsicologia têm comprovado que a plasticida<strong>de</strong> do<br />
sist<strong>em</strong>a nervoso é uma característica única <strong>em</strong> relação a todos os outros sist<strong>em</strong>as<br />
orgânicos e apontam para a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> regeneração <strong>de</strong> neurônios lesados com o<br />
restabelecimento <strong>de</strong> sinapses perdidas, e mais ainda, t<strong>em</strong>-se constatado a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> nascimento <strong>de</strong> novos neurônios <strong>em</strong> indivíduos adultos principalmente do hipocampo,<br />
especializada na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> e m<strong>em</strong>ória. (LENT, 2001, p.145;<br />
KEMPERMANN; GAGE, 2004, p. 92).<br />
A plasticida<strong>de</strong> do sist<strong>em</strong>a neuronal aponta para a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas que<br />
sofreram lesões cerebrais recuperar<strong>em</strong> parcialmente as funções perdidas ao ser<strong>em</strong><br />
submetidas à estimulação mental intensa e diversificada.<br />
Assim como no <strong>de</strong>senvolvimento normal, nos casos patológicos as crianças têm<br />
uma maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suportar danos <strong>em</strong> áreas cerebrais s<strong>em</strong> déficits funcionais<br />
principais; “um cérebro jov<strong>em</strong> po<strong>de</strong> reorganizar ou apren<strong>de</strong>r a compensar as áreas<br />
perdidas , se ainda está <strong>em</strong> fase <strong>de</strong> formação”. (FACCHINI, 2001, p.101).<br />
No uso do termo plasticida<strong>de</strong> cerebral é importante diferenciar a plasticida<strong>de</strong><br />
neural que é a capacida<strong>de</strong> do cérebro <strong>de</strong> recuperar uma função através da proliferação<br />
neural, migração e interações sinápticas, da plasticida<strong>de</strong> funcional que é a recuperação<br />
<strong>de</strong> uma função por meio <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> comportamento alteradas, que é um dos<br />
objetivos da neuropsicologia. (SANTOS, 2004, p.266).<br />
Segundo Miranda e Muskat é importante ressaltar que<br />
a plasticida<strong>de</strong> não é s<strong>em</strong>pre um mecanismo positivo, ou, ainda, que o termo plasticida<strong>de</strong> n<strong>em</strong><br />
s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong>ve ser entendido como adaptativo, no sentido <strong>de</strong> que facilita a adaptação da criança ao<br />
probl<strong>em</strong>a da lesão. A plasticida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ter aspectos negativos. Condições anormais como, por<br />
ex<strong>em</strong>plo, no esforço do aumento das conexões sinápticas ou <strong>de</strong> reorganização neuronal para a<br />
adaptação po<strong>de</strong>m envolver a formação <strong>de</strong> circuitos que são reverberantes e, com isso, haver uma<br />
maior excitabilida<strong>de</strong> da região envolvida com o progresso <strong>de</strong> reorganização neuronal, levando,por<br />
ex<strong>em</strong>plo, a crises epilépticas ou a disfunções dos circuitos envolvidos com a m<strong>em</strong>ória ou com a<br />
atenção. (MIRANDA; MUSKAT, 2004, p.219)<br />
14 Termo gestado <strong>em</strong> programas <strong>de</strong> atendimento à mãe e ao bebê nos EUA referindo-se à estimulação cerebral<br />
recebida no <strong>de</strong>senvolvimento intra-uterino e inicial (0-2anos). (FACCHINI, 20011, p.95).