Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...
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P2- (...) nisso ele já brigou com todos, <strong>de</strong>sce o cacete nos outros, quebra vidro, faz <strong>de</strong> tudo<br />
na escola.<br />
P13- (...) ele é um aluno que só faz enquanto ele quer, ele é calmo, tranqüilo, muito<br />
carinhoso(...) não t<strong>em</strong> nada <strong>de</strong> agressivida<strong>de</strong>, mas ele fica assim, eu quero ficar perto <strong>de</strong> você,<br />
quero sentar perto <strong>de</strong> você, agora eu to cansado, não quero fazer mais (...)<br />
P9- (...) ele jogou iogurte <strong>em</strong> todo mundo, foi iogurte para a sala toda (...)<br />
A teoria <strong>de</strong> Vigotski não fornece receitas prontas, mas sim um arcabouço teórico<br />
<strong>em</strong> que várias pistas se evi<strong>de</strong>nciam fornecendo el<strong>em</strong>entos para a elaboração <strong>de</strong><br />
estratégias pelos educadores. Vigotski enfatiza o comportamento como um processo <strong>de</strong><br />
interação entre o organismo e o meio, e nesta interação, consi<strong>de</strong>ra as <strong>em</strong>oções “como<br />
um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> reações prévias, que comunicam ao organismo o futuro imediato do seu<br />
comportamento e organizam as formas <strong>de</strong>sse comportamento” (VIGOTSKI, 2001, p.143).<br />
Neste sentido, Vigotski aponta a <strong>em</strong>oção como forma <strong>de</strong> suscitar no aluno as formas <strong>de</strong><br />
comportamento <strong>de</strong> que necessita, pois segundo ele<br />
Nenhuma pregação moral educa tanto quanto uma dor viva, um sentimento vivo, e neste sentido o<br />
aparelho das <strong>em</strong>oções é uma espécie <strong>de</strong> instrumento especialmente adaptado e <strong>de</strong>licado através<br />
do qual é mais fácil influenciar o comportamento. (VIGOTSKI, 2001, p.143).<br />
O autor sugere a brinca<strong>de</strong>ira como a melhor forma <strong>de</strong> organização do<br />
comportamento <strong>em</strong>ocional, já que “a brinca<strong>de</strong>ira da criança é s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong>ocional,<br />
<strong>de</strong>sperta nela sentimentos fortes e nítidos, mas a ensina a seguir cegamente as<br />
<strong>em</strong>oções, a combiná-las com as regras do jogo e o seu objetivo final.” (VIGOTSKI, 2001,<br />
p.147).<br />
Como visto, vários autores apontam o TDAH como um distúrbio que causa<br />
alterações que seriam responsáveis por um déficit nas funções executivas<br />
(planejamento, auto-regulação, m<strong>em</strong>ória <strong>de</strong> trabalho, internalização da fala) e no<br />
comportamento inibitório (falta <strong>de</strong> controle, impulsivida<strong>de</strong>) (MATTOS; SABOYA; KAEFER<br />
et al, 2003, p.66; KNAPP; ROHDE; LYSZKOWSKI et al, 2002, p.23; ROHDE; HALPERN,<br />
2004, p.64), o que repercute diretamente na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organização do sujeito com<br />
TDAH.<br />
Algumas falas apontam esta <strong>de</strong>sorganização:<br />
P5-(...) às vezes ela tá fazendo um texto, ela é uma criança que faz textos, ela começa a