Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...
Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...
Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
59<br />
realizada <strong>em</strong> Porto Alegre, com adolescentes entre 12 e 14 anos, usando como<br />
instrumento uma escala baseada no DSM-IV, encontraram uma prevalência estimada<br />
<strong>em</strong> 5,8%. Admite-se que a gran<strong>de</strong> variação obtida na estimativa da prevalência do TDAH<br />
no Brasil <strong>de</strong>corra das diferentes metodologias utilizadas, tais valores, contudo, são<br />
compatíveis com os obtidos <strong>em</strong> pesquisas internacionais.<br />
No que se refere ao gênero, pesquisas clínicas apontam uma proporção <strong>de</strong> nove<br />
meninos para uma menina com TDAH, enquanto os estudos populacionais indicam<br />
quatro meninos para cada menina. Andra<strong>de</strong>, Scheuer, Ribeiro et al (2001, p.98)<br />
realizaram um estudo sócio<strong>de</strong>mográfico com crianças atendidas no Ambulatório para<br />
Distúrbios Hiperativos e Déficit <strong>de</strong> Atenção (ADHDA) do Hospital <strong>de</strong> Clínicas da<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da USP, e <strong>em</strong> relação ao sexo encontraram a proporção referida<br />
pela literatura, ou seja , <strong>de</strong> 2 a 9 vezes mais meninos do que meninas, sendo a diferença<br />
menor quando são observadas crianças com TDAH s<strong>em</strong> hiperativida<strong>de</strong>. Golfeto e<br />
Barbosa (2003, p.25-26) discut<strong>em</strong> esses dados e <strong>de</strong> outras pesquisas quanto a<br />
prevalência do TDAH ser maior nos meninos, apontando como possível causa <strong>de</strong>ssa<br />
diferença o fato das meninas apresentar<strong>em</strong> principalmente o tipo predominant<strong>em</strong>ente<br />
<strong>de</strong>satento, o que implicaria numa manifestação clínica <strong>de</strong> menor impacto para as<br />
meninas , interferindo assim no cálculo da prevalência entre os sexos. Os critérios<br />
diagnósticos <strong>de</strong>ste tipo ou subtipo <strong>de</strong> TDAH serão discutidos no it<strong>em</strong> 5.2.<br />
5.1 ETIOLOGIA<br />
A etiologia do transtorno é multifatorial, ou seja, enquanto fenótipo o TDAH resulta<br />
da interação <strong>de</strong> vários fatores ambientais e genéticos que atuam na manifestação <strong>de</strong><br />
seus diversos quadros clínicos. (ROMAN; SCHMITZ; POLANCZYK , 2003, p.35).<br />
A heterogeneida<strong>de</strong> clínica evi<strong>de</strong>ncia também a complexida<strong>de</strong> dos processos<br />
biológicos envolvidos no TDAH.<br />
Segundo Riesgo e Roh<strong>de</strong> (2004, p.338) as bases neurobiológicas do TDAH<br />
assentam-se <strong>em</strong> “um tripé formado por: a)imaturida<strong>de</strong> cerebral (visão<br />
neuromaturacional); b) sist<strong>em</strong>as atencionais anterior e posterior (visão anátomofuncional);<br />
c) neurotransmissores envolvidos (visão neuroquímica).<br />
Em relação à imaturida<strong>de</strong> <strong>em</strong>ocional, segundo estes autores, alguns eventos pré