07.02.2015 Views

Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...

Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...

Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

83<br />

Na pesquisa participante, pesquisador e pesquisado são sujeitos <strong>de</strong> um trabalho<br />

comum ainda que com situações e tarefas diferentes; sujeitos tanto do ato <strong>de</strong> conhecer o<br />

objeto quanto do trabalho <strong>de</strong> transformar o conhecimento e o mundo que o<br />

transformaram <strong>em</strong> objeto.<br />

O pesquisador não se limita a constatar o pensamento ou a fala das pessoas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminado grupo social, mas <strong>de</strong>ve captar a lógica dinâmica e contraditória do discurso<br />

<strong>de</strong> cada ator social, do relacionamento entre eles, objetivando <strong>de</strong>spertar o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

mudança e a elaboração conjunta dos meios <strong>de</strong> realização. Além disso, <strong>de</strong>ve ter como<br />

objetivo contribuir para a clarificação <strong>de</strong> uma prática vivida pelo grupo, preservando a<br />

distância crítica <strong>em</strong> relação à realida<strong>de</strong> quotidiana do grupo. Na pesquisa participante<br />

ocorre uma relação dialética entre objetivida<strong>de</strong> e subjetivida<strong>de</strong>.<br />

Brandão (1984, p.27) <strong>de</strong>staca que na pesquisa participante “é necessário que o<br />

pesquisador não seja visto como um intruso ou, um corpo estranho, o que <strong>de</strong>sperta, <strong>de</strong><br />

imediato, a <strong>de</strong>sconfiança e a reticência <strong>de</strong> gente que t<strong>em</strong> toda uma experiência penosa<br />

<strong>de</strong> ser manipulada <strong>de</strong> fora para <strong>de</strong>ntro”.<br />

A metodologia dialética, <strong>de</strong> abordag<strong>em</strong> qualitativa, caráter (natureza) <strong>de</strong>scritivoparticipativo,<br />

t<strong>em</strong> como modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa o chamado estudo <strong>de</strong> caso realizado no<br />

Centro <strong>de</strong> Neurologia Pediátrica (CENEP) do Hospital das Clínicas da UFPR, mais<br />

especificamente o <strong>Programa</strong> <strong>de</strong>senvolvido no ambulatório com sujeitos TDAH.<br />

O estudo <strong>de</strong> caso, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como “uma categoria <strong>de</strong> pesquisa cujo objeto<br />

é uma unida<strong>de</strong> que se analisa aprofundadamente”. (TRIVIÑOS, 1987, p.133). Esta<br />

unida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser uma pessoa, uma família, um grupo social, uma cultura, uma condição<br />

<strong>de</strong> vida, um conjunto <strong>de</strong> relações ou processos, uma instituição específica, como por<br />

ex<strong>em</strong>plo, uma escola, uma universida<strong>de</strong>, ou ainda um centro <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (o ambulatório do<br />

TDAH do CENEP) que é o nosso caso.<br />

Segundo Chizzotti,<br />

o caso é tomado como unida<strong>de</strong> significativa do todo e, por isso, suficiente tanto para fundamentar<br />

um julgamento fi<strong>de</strong>digno quanto propor uma intervenção. É consi<strong>de</strong>rado também como um marco<br />

<strong>de</strong> referência <strong>de</strong> complexas condições socioculturais que envolv<strong>em</strong> uma situação e tanto retrata<br />

uma realida<strong>de</strong> quanto revela a multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aspectos globais, presentes <strong>em</strong> uma dada<br />

situação. (CHIZZOTTI, 1995, p.102).<br />

Para Gil (1994, p.59), o estudo <strong>de</strong> caso possibilita o estudo profundo e <strong>de</strong>talhado<br />

<strong>de</strong> um ou poucos objetos e apresenta como vantagens o estímulo a novas <strong>de</strong>scobertas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!