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Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...

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14<br />

nascer é uma “tábula rasa” a ser preenchida pela experiência; a concepção<br />

interacionista reconhece a participação tanto dos fatores ambientais quanto dos fatores<br />

hereditários na <strong>de</strong>terminação das características (traços, atributos, caracteres) físicas<br />

e/ou comportamentais (normais ou patológicas) do ser humano (PINHEIRO,1995 p.54).<br />

Destas concepções <strong>de</strong>corr<strong>em</strong> crenças sobre o comportamento humano que<br />

implicam na forma <strong>de</strong> pensar dos educadores. A posição nativista subsidia a idéia que<br />

se nasce com <strong>de</strong>terminadas tendências e propensões que não po<strong>de</strong>m ser alteradas pela<br />

aprendizag<strong>em</strong>, ou seja, um <strong>de</strong>terminado aluno é inteligente porque seu pai ou mãe<br />

também o é, ou ainda, é <strong>de</strong>linqüente porque está no “sangue da família”.<br />

Pinheiro (1995, p.55) aponta dois erros nessa abordag<strong>em</strong>, o primeiro é que não se<br />

transmite traços, características ou caracteres através das células sexuais, mas sim<br />

genes ou informação genética, ou seja, caracteres adquiridos não são transmitidos por<br />

via biológica. O segundo erro relaciona-se ao significado <strong>de</strong> inato, uma vez que<br />

características, traços ou caracteres que o indivíduo apresente ao nascer (inato ou<br />

congênito) necessariamente não são hereditários (genéticos), pois po<strong>de</strong>m ser causados<br />

por fatores ambientais.<br />

Já a abordag<strong>em</strong> ambientalista implica na crença que o ambiente é responsável<br />

pela inscrição da história <strong>de</strong> vida do indivíduo <strong>em</strong> sua mente (que é uma página <strong>em</strong><br />

branco ao nascer). Dessa forma, o indivíduo é resultado da ação do ambiente que molda<br />

seu comportamento. Esta concepção implica que os docentes atribuam a aprendizag<strong>em</strong><br />

exclusivamente a fatores ambientais tais como a <strong>de</strong>terminação social, aos pré-requisitos<br />

(aquilo que o aluno <strong>de</strong>veria ter aprendido para subsidiar novos aprendizados), enfim,<br />

cabe ao professor, e antes <strong>de</strong>le à família ensinar à criança não só os conteúdos, mas<br />

também a lógica existente entre qualquer conteúdo. (BECKER, 2002, p.99).<br />

Embora, nos dias atuais, nenhum educador sério <strong>de</strong>sconheça a concepção<br />

interacionista, a prática pedagógica não revela este conhecimento, e o que se evi<strong>de</strong>ncia<br />

é um número crescente <strong>de</strong> alunos com probl<strong>em</strong>as, dificulda<strong>de</strong>s, distúrbios, déficits 1 <strong>de</strong><br />

aprendizag<strong>em</strong> que não são a<strong>de</strong>quadamente atendidos e que têm, como conseqüência, a<br />

sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> comprometida.<br />

1 Os termos distúrbios, déficits, transtornos, lesões, entre outros, <strong>de</strong>stacam a ocorrência <strong>de</strong> disfunções neuronais, ou<br />

seja, alterações na biologia (natureza) do indivíduo. Os termos dificulda<strong>de</strong>s e probl<strong>em</strong>as, por outro lado, revelam a<br />

ocorrência <strong>de</strong> alterações no meio ambiente que acabam resultando no não apren<strong>de</strong>r do aluno.

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