Sandra Regina Dias de Costa - Programa de Pós-Graduação em ...
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TDAH é significativamente maior entre os pais biológicos <strong>de</strong> crianças afetadas do que<br />
entre os pais adotivos. Estes estudos apontam, além da recorrência familial, para uma<br />
herdabilida<strong>de</strong> 16 bastante alta para o transtorno, sendo que as investigações suger<strong>em</strong> que<br />
a genética do TDAH possa ser <strong>de</strong>terminada por vários genes <strong>de</strong> pequeno efeito, o que<br />
t<strong>em</strong> motivado vários estudos com genes candidatos.<br />
O principal alvo <strong>de</strong>stas pesquisas são os genes que codificam componentes dos sist<strong>em</strong>as<br />
dopaminérgico, noradrenérgico e, mais recent<strong>em</strong>ente serotoninérgico, uma vez que dados <strong>de</strong><br />
estudos neurobiológicos suger<strong>em</strong> fort<strong>em</strong>ente o envolvimento <strong>de</strong>sses neurotransmissores na<br />
patofisiologia <strong>de</strong>sse transtorno. (ROMAN; ROHDE; HUTZ, 2002, p.197).<br />
Embora esses trabalhos <strong>de</strong>monstr<strong>em</strong> a existência <strong>de</strong> uma contribuição genética<br />
substancial para a ocorrência do TDAH, não evi<strong>de</strong>nciaram nenhum gene como<br />
necessário ou suficiente para o <strong>de</strong>senvolvimento do transtorno, fato que, segundo os<br />
autores, po<strong>de</strong> ser explicado pela alta complexida<strong>de</strong> clínica do TDAH.<br />
Tal complexida<strong>de</strong> estaria associada a interação entre os vários genes <strong>de</strong> pequeno<br />
efeito entre si e o ambiente, já que estudos <strong>de</strong>monstram participação importante no<br />
surgimento e manutenção do TDAH na presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>sentendimentos familiares,<br />
presença <strong>de</strong> transtornos mentais nos pais, classe social baixa, criminalida<strong>de</strong> dos pais<br />
(ROHDE, HALPERN, 2004, p.62). Benczik (2002, p.32) refere ainda fatores ambientais<br />
como alcoolismo e fumo na gestação, sofrimento fetal, exposição ao chumbo, mas<br />
ressalta que as relações <strong>de</strong> causa e efeito não foram confirmadas <strong>em</strong> nenhuma <strong>de</strong>ssas<br />
hipóteses.<br />
5.2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO<br />
O diagnóstico do TDAH é fundamentalmente clínico; caracteriza-se por três<br />
sintomas clássicos: <strong>de</strong>satenção, hiperativida<strong>de</strong> e impulsivida<strong>de</strong>.<br />
O DSM–IV <strong>de</strong>screve alguns sintomas que são utilizados como critérios no<br />
diagnóstico do TDAH , conforme <strong>de</strong>scritos na Tabela 1.<br />
Com base nesses critérios, o DSM-IV apresenta a seguinte codificação:<br />
Transtorno <strong>de</strong> Déficit <strong>de</strong> Atenção/ Hiperativida<strong>de</strong> Tipo Combinado: se tanto o<br />
critério A1 quanto o critério A2 são satisfeitos durante os últimos 6 meses.<br />
16 A herdabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser entendida como uma medida estatística expressa como um percentual que representa a<br />
extensão <strong>em</strong> que os fatores genéticos contribu<strong>em</strong> para variações, <strong>em</strong> um dado traço, entre os m<strong>em</strong>bros <strong>de</strong> uma<br />
população (BORGES-OSÓRIO; ROBINSON, 2001, p.149).