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Projetos e práticas de formação de professores - Relatos - Unesp

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<strong>Projetos</strong> e <strong>práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>formação</strong> <strong>de</strong> <strong>professores</strong> - <strong>Relatos</strong><br />

profissionalização do ensino exige um vínculo muito mais estreito entre<br />

a Formação Contínua e a profissão, baseando-se nas necessida<strong>de</strong>s<br />

e situações vividas pelos práticos. Em última instância, os <strong>professores</strong><br />

não são mais consi<strong>de</strong>rados alunos, mas parceiros e atores <strong>de</strong> sua<br />

própria <strong>formação</strong>, que eles vão <strong>de</strong>finir em sua própria linguagem e em<br />

função <strong>de</strong> seus próprios objetivos. O formador universitário pára <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempenhar o papel <strong>de</strong> “transmissor <strong>de</strong> conhecimentos” e torna-se<br />

um acompanhador <strong>de</strong> <strong>professores</strong>, alguém que os ajuda e os apóia<br />

em seus processos <strong>de</strong> <strong>formação</strong> ou <strong>de</strong> auto-<strong>formação</strong> (Tardif, 2002, p.<br />

292).<br />

O mesmo autor, em estudo mais recente (Tardif, 2005) acentua a idéia da profissão<br />

docente como profissão <strong>de</strong> interações humanas, <strong>professores</strong> como leitores <strong>de</strong> situações do que<br />

acontece em sala <strong>de</strong> aula, intérpretes da realida<strong>de</strong> em função <strong>de</strong> imagens mentais ou <strong>de</strong><br />

significações e sentidos por ele produzidos, também intérpretes e produtores <strong>de</strong> sentido, numa<br />

comunicação que envolve relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, pois quando se ensina, ensina-se mais que<br />

conteúdos. Estão implicados nessa relação pedagógica códigos lingüísticos e culturais numa<br />

comunicação complexa. A experiência <strong>de</strong> trabalho profissional por ser multidimensional envolve<br />

diversos aspectos, não se reduzindo, portanto, a uma simples sobreposição linear <strong>de</strong> receitas e<br />

conhecimentos práticos adquiridos com o tempo.<br />

O estágio curricular apresenta-se assim como uma possibilida<strong>de</strong> rica <strong>de</strong> reflexão<br />

entre teoria e prática, <strong>de</strong> apoio e sustentação à construção <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> profissional<br />

<strong>de</strong> professor/ educador que contribui para romper com pré-concepções, por vezes,<br />

temerosas <strong>de</strong> invocar o novo.<br />

Oliveira-Formosinho (2001), põe em relevo o objetivo da “Formação em Contexto”,<br />

(6) qual seja, a mudança das pessoas envolvidas e que ocorre em torno <strong>de</strong> alguns domínios <strong>de</strong><br />

situações. Para esta autora:<br />

Numa perspectiva <strong>de</strong> Formação em Contexto, ao contrário da <strong>formação</strong><br />

inspirada no mo<strong>de</strong>lo escolar, as <strong>práticas</strong> formativas articulam-se com<br />

as situações <strong>de</strong> trabalho e os quotidianos profissionais, organizacionais<br />

e comunitários das escolas. A criação <strong>de</strong> ambientes formativos com<br />

caráter permanente é o seu horizonte, tendo em vista o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

humano <strong>de</strong> todos quantos nele participam. Neste sentido, uma<br />

perspectiva <strong>de</strong> Formação em Contexto reclama <strong>de</strong> todos um papel<br />

activo <strong>de</strong> construtores <strong>de</strong> saber e não <strong>de</strong> meros consumidores passivos<br />

<strong>de</strong> programas <strong>de</strong> <strong>formação</strong> e “créditos” correspon<strong>de</strong>ntes. Assim, os<br />

<strong>professores</strong> são consi<strong>de</strong>rados sujeitos e não objectos <strong>de</strong> <strong>formação</strong>.<br />

E, finalmente, se consi<strong>de</strong>rarmos que os processos <strong>de</strong> <strong>formação</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>professores</strong> têm implicações na vida das crianças, eles contém uma<br />

dimensão ética que os profissionais que nele participam não po<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>clinar (Oliveira-Formosinho, 2001, p. 73).<br />

Nessa direção, <strong>de</strong>lineamos uma perspectiva <strong>de</strong> estágio que busque provocar o<br />

confronto entre crenças, convicções e a multiplicida<strong>de</strong> da realida<strong>de</strong> escolar, superando uma leitura<br />

ingênua e superficial, apontando elementos fundantes para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma cultura <strong>de</strong><br />

colaboração e <strong>de</strong> socialização profissional. (7)<br />

IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE FORMAÇÃO DE EDUCADORES - 2007<br />

UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA DE GRADUAÇÃO<br />

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