Projetos e práticas de formação de professores - Relatos - Unesp
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<strong>Projetos</strong> e <strong>práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>formação</strong> <strong>de</strong> <strong>professores</strong> - <strong>Relatos</strong><br />
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Po<strong>de</strong>mos comparar a situação dos educadores à <strong>de</strong> remadores, no<br />
porão <strong>de</strong> uma galera. Todos estão suados <strong>de</strong> tanto remar e se<br />
congratulam uns com os outros pela velocida<strong>de</strong> que conseguem<br />
imprimir ao barco. Há apenas um problema: ninguém sabe para on<strong>de</strong><br />
vai o barco, e muitos evitam a pergunta alegando que este problema<br />
está fora da alçada <strong>de</strong> sua competência (1981, p. 86).<br />
Naquele momento inicial, não víamos nas falas e posturas das coor<strong>de</strong>nadoras,<br />
todas as características levantadas por Vasconcellos (2003), como necessárias para se constituir<br />
um educador transformador: conhecimento; <strong>de</strong>sejo; sentido (consciência da falta).<br />
Quando se parte da idéia do professor como sujeito <strong>de</strong> trans<strong>formação</strong>, nota-se que<br />
uma das primeiras transformações necessárias é ele acreditar na possibilida<strong>de</strong> da mudança<br />
(VASCONCELLOS, 2003, p. 76). Desta forma, constatamos que teríamos que pensar <strong>de</strong>tidamente<br />
estratégias que possibilitassem a conquista do vínculo; vínculo esse que passasse pelas questões<br />
afetivas, mas que transitasse necessariamente pela partilha <strong>de</strong> um sonho comum com aquelas<br />
coor<strong>de</strong>nadoras, teríamos que pensar em estratégias metodológicas para a condução dos nossos<br />
encontros, que possibilitassem que aquelas educadoras vivessem uma mudança não retórica,<br />
ou como um salto radical que <strong>de</strong>sapropria o outro <strong>de</strong> sua segurança e prática e coloca o outro na<br />
condição <strong>de</strong> não sujeito, mas uma trans<strong>formação</strong> possível que mobiliza <strong>de</strong>sejos e concepções<br />
(SILVA, 2003).<br />
6.1 A escolha da metodologia<br />
Enquanto educadoras, as estratégias metodológicas que nos pareceram mais<br />
eficientes diante das características do grupo, dos conteúdos, e <strong>de</strong> nossa concepção <strong>de</strong> educação,<br />
foram as aprendidas enquanto alunas <strong>de</strong> Juliana Davini e Madalena Freire no Espaço Pedagógico.<br />
Estratégias como avaliação, pauta, ponto <strong>de</strong> observação, síntese... e que passamos a analisar a<br />
seguir o ganho que nos possibilitou cada uma <strong>de</strong>las:<br />
O uso da avaliação, que nessa concepção <strong>de</strong> educação representa olhar o outro<br />
em seu processo afetivo, cognitivo, social (DAVINI, 1997), nos gerou cumplicida<strong>de</strong> porque permitiu<br />
que as coor<strong>de</strong>nadoras se vissem notadas, pu<strong>de</strong>ram perceber que os encontros eram planejados<br />
a partir e com elas e não simplesmente a partir <strong>de</strong> um i<strong>de</strong>al pré-estabelecido.<br />
Usar a pauta para organizar nossos encontros possibilitou o exercício da<br />
organização e partilha do encontro com as coor<strong>de</strong>nadoras, tornando-as também sujeito do<br />
processo, porém, representou a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> prática a ser adotado<br />
em suas <strong>práticas</strong> enquanto educadoras que são em seus grupos.<br />
O uso das epígrafes reflexivas – pequenos excertos retirados <strong>de</strong> textos,<br />
representaram uma ferramenta po<strong>de</strong>rosa <strong>de</strong> reflexão teórica e ilustrativa da prática pedagógica.<br />
Adotar o ponto <strong>de</strong> observação (P.O.), como estratégia <strong>de</strong> avaliação gerou a<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> cada encontro pensando: a valida<strong>de</strong> dos conteúdos trabalhados<br />
para aquele grupo; a posição pessoal <strong>de</strong> cada educando dos pontos <strong>de</strong> vista afetivo, cognitivo e<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE FORMAÇÃO DE EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA DE GRADUAÇÃO