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Projetos e práticas de formação de professores - Relatos - Unesp

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<strong>Projetos</strong> e <strong>práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>formação</strong> <strong>de</strong> <strong>professores</strong> - <strong>Relatos</strong><br />

58<br />

Virmo-lo mais <strong>de</strong> uma vez, a afetivida<strong>de</strong> constitui a energética das<br />

condutas, cujo aspecto cognitivo se refere apenas às estruturas. Não<br />

existe, portanto, nenhuma conduta, por mais intelectual que seja, que<br />

não comporte, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> moveis, fatores afetivos; mas,<br />

reciprocamente, não po<strong>de</strong>rá haver estados afetivos sem a intervenção<br />

<strong>de</strong> percepções ou compreensão, que constituem a sua estrutura<br />

cognitiva. A conduta é, portanto, uma, (...) os dois aspectos afetivo e<br />

cognitivo são, ao mesmo tempo, inseparáveis e irredutíveis. (PIAGET,<br />

INHELDER 1968, p.133).<br />

Po<strong>de</strong>mos compreen<strong>de</strong>r a partir <strong>de</strong>sta citação como o estado afetivo vai favorecer<br />

as conquistas cognitivas, pois para Piaget elas são complementares. Ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que<br />

aprendizagem para acontecer <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento que a criança apresenta, ela se adapta<br />

ao meio em que está através <strong>de</strong> fatores que chamou <strong>de</strong> assimilação e acomodação, que significa<br />

que ao entrar em contato com o novo, a criança vai colocar a nova compreensão em relação aos<br />

esquemas inteligentes antes construídos, formando um novo conjunto. Para Piaget a criança<br />

pequena está numa fase que ele chamou <strong>de</strong> egocêntrica (dificulda<strong>de</strong> em se colocar no lugar do<br />

outro que começa a ser superada por volta dos 18 meses), o que significa que sua troca intelectual<br />

com seus pares é muito pequena pois seu ponto <strong>de</strong> vista é absoluto, não po<strong>de</strong> ainda intervir na<br />

hipótese do outro, pois não construíram signos, <strong>de</strong>finições, proposições comuns nem têm<br />

reciprocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensamento. A socialização vai sendo <strong>de</strong>senvolvida até chegar no estágio da<br />

relação social <strong>de</strong>nominada por ele <strong>de</strong> cooperação. Isso ocorre no período operatório, por volta dos<br />

7 anos. Neste estágio a socialização, entendida como troca intelectual se equilibra, pois a<strong>de</strong>rem a<br />

uma escala comum <strong>de</strong> referência, conservam as <strong>de</strong>finições, não as alterando conforme a situação,<br />

conseguem se colocar no lugar do outro, pensando através <strong>de</strong> sua hipótese, fazendo operações<br />

cada vez mais complexas.<br />

Sendo assim é válido pensar que para Piaget, a relação da criança com seus<br />

pares vai avançando conforme seu <strong>de</strong>senvolvimento vai permitindo e só mais tar<strong>de</strong> é que se<br />

tornarão cooperativas. Vamos agora a um outro autor para po<strong>de</strong>rmos discutir este último argumento<br />

piagetiano.<br />

Oliveira, K.M. (1992 p.33) afirma que Vygotsky em sua teoria <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que<br />

aprendizagem e <strong>de</strong>senvolvimento caminham lado a lado, uma alimenta a outra em uma interação<br />

individual e social, pois para ele a intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam<br />

espontaneamente e prioriza o outro quando afirma que “a aprendizagem <strong>de</strong>sperta processos<br />

internos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento que só po<strong>de</strong>m ocorrer quando o individuo interage com outras<br />

pessoas” .Para esse autor toda criança entra na escola já portando um conhecimento que apren<strong>de</strong>u<br />

fora da mesma, assim como apresenta um <strong>de</strong>senvolvimento já estabelecido. A função da escola<br />

é conhecer o que os alunos já sabem, sua zona real, como <strong>de</strong>nomina o autor, para que possa<br />

oferecer situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>safio que estimulem as crianças a entrar na zona do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

proximal, ou seja, a <strong>de</strong>senvolverem capacida<strong>de</strong>s que estão em estado embrionário. Este espaço<br />

entre o que já sabem e já <strong>de</strong>senvolveram e o que não sabem ou não <strong>de</strong>senvolveram, se caracteriza<br />

como uma zona na qual a criança precisa <strong>de</strong> assistência <strong>de</strong> um adulto ou parceiro mais experiente<br />

IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE FORMAÇÃO DE EDUCADORES - 2007<br />

UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA DE GRADUAÇÃO

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