Projetos e práticas de formação de professores - Relatos - Unesp
Projetos e práticas de formação de professores - Relatos - Unesp
Projetos e práticas de formação de professores - Relatos - Unesp
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Projetos</strong> e <strong>práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>formação</strong> <strong>de</strong> <strong>professores</strong> - <strong>Relatos</strong><br />
contemplando também os aspectos subjetivos e relacionais. Po<strong>de</strong>mos ancorar tal priorida<strong>de</strong> na<br />
visão <strong>de</strong> escola <strong>de</strong>fendida por Mahoney e Almeida (2000, p. 78) que compreen<strong>de</strong> que a escola “...<br />
não se limita a instrução, mas se dirige à pessoa inteira e <strong>de</strong>ve converter-se em instrumento para<br />
seu <strong>de</strong>senvolvimento”.<br />
48<br />
No que se refere aos aspectos relacionais, a aprendizagem das habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
ouvir, falar, se colocar no lugar do outro, são fundamentais para o trabalho em grupo, que é o<br />
cerne do trabalho coletivo na escola. É neste olhar que se respalda a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> fazer um TCC<br />
em grupo e não individual. Segundo Placo (2001, p.11)<br />
Habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relacionamento interpessoal e social são, como tantas<br />
outras, aprendidas e <strong>de</strong>senvolvidas no viver junto – e <strong>de</strong>ssa<br />
aprendizagem ninguém sai igual: mudanças são engendradas, no nível<br />
da consciência, das atitu<strong>de</strong>s, das habilida<strong>de</strong>s e dos valores da pessoa,<br />
assim como no grau e na amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu conhecimento e no trato<br />
com esse conhecimento, com sua cultura – constroem assim<br />
processos i<strong>de</strong>ntitários. Mecanismos como a comunicação e a<br />
linguagem estão na base <strong>de</strong>ssa construção e po<strong>de</strong>m ser seus<br />
facilitadores ou obstáculos a ela.<br />
Cabe <strong>de</strong>stacar que tal proposta não era fácil <strong>de</strong> ser implantada tendo em vista o<br />
perfil dos alunos que formavam o curso <strong>de</strong> pedagogia, isto porque gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>les possuía<br />
muitas dificulda<strong>de</strong>s nas diferentes áreas <strong>de</strong> conhecimento, em especial na leitura e escrita. Tal<br />
panorama exigiu do corpo docente repensar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ensino superior que vivenciamos e<br />
conhecemos e olhar para os alunos reais que tínhamos em sala <strong>de</strong> aula, exigindo assim a ruptura<br />
com um perfil <strong>de</strong> professor universitário <strong>de</strong>tentor do saber, que por meio <strong>de</strong> aulas expositivas<br />
“passam” os conteúdos aos alunos e <strong>de</strong>pois os avaliam.<br />
do TCC:<br />
Po<strong>de</strong>mos sintetizar em três eixos básicos que nortearam o processo <strong>de</strong> elaboração<br />
· A construção <strong>de</strong> uma nova relação com o conhecimento, reconhecendo na<br />
pesquisa a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r melhor os fenômenos educacionais e assim possuir<br />
maiores instrumentos para sua intervenção.<br />
· O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e escrita, valorizando a<br />
construção da autoria do pensamento, que só po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senvolvida por meio <strong>de</strong> amplos processos<br />
<strong>de</strong> reflexão.<br />
· O exercício do trabalho coletivo com vistas à prática <strong>de</strong>mocrática<br />
Em uma pesquisa que está sendo realizada com alunos <strong>de</strong> 8º. Semestre,<br />
constatamos em um grupo <strong>de</strong> 33 alunos que aproximadamente 50 % dos entrevistados<br />
freqüentaram o curso médio regular, e praticamente os outros 50% ficam distribuídos em cursos<br />
supletivos caracterizando a forte dificulda<strong>de</strong> na conclusão do ensino médio para o ingresso no<br />
curso superior; 94% dos entrevistados ficaram um período entre 3 e 18 anos sem estudar.<br />
Com um histórico <strong>de</strong> escolarização <strong>de</strong>ficiente, na maioria dos casos, e<br />
especificamente, uma forte dificulda<strong>de</strong> dos alunos na leitura e escrita, a inserção <strong>de</strong>sses alunos<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE FORMAÇÃO DE EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA DE GRADUAÇÃO