Projetos e práticas de formação de professores - Relatos - Unesp
Projetos e práticas de formação de professores - Relatos - Unesp
Projetos e práticas de formação de professores - Relatos - Unesp
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Projetos</strong> e <strong>práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>formação</strong> <strong>de</strong> <strong>professores</strong> - <strong>Relatos</strong><br />
obtêm em laboratórios - medicamentos, fertilizantes, plásticos sintéticos, explosivos -, tudo que<br />
provém da indústria química. Ou ainda, referem-se ao âmbito do artificial, poluído, contaminado -<br />
poluição química. Confun<strong>de</strong>m alimento sem aditivos químicos prejudiciais à saú<strong>de</strong> com alimento<br />
sem química. Enfim, o resultado é uma população quimicamente analfabeta. (SARRÍA; SCOTTO,<br />
1998). Apropriar-se da cultura elaborada é apropriar-se também do conhecimento científico, já<br />
que este é uma parte constitutiva <strong>de</strong>ssa cultura. A <strong>formação</strong> científica das crianças e dos jovens<br />
<strong>de</strong>ve contribuir para a <strong>formação</strong> <strong>de</strong> futuros cidadãos que sejam responsáveis pelos seus atos,<br />
tanto individuais como coletivos. (FUMAGALLI,1998).<br />
166<br />
Assim, conforme premissa do Núcleo <strong>de</strong> Educação em Ciências da UNIMEP,<br />
enten<strong>de</strong>mos que é a partir do trabalho coletivo e <strong>de</strong> parcerias colaborativas entre <strong>professores</strong> e<br />
estudantes universitários, juntamente com os <strong>professores</strong> das Escolas Básicas, que se torna<br />
possível propor inovações didático-pedagógicas no âmbito do ensino-aprendizagem das Ciências<br />
da Natureza em cursos <strong>de</strong> <strong>formação</strong> docente.<br />
Vários estudos, cada vez mais, têm reafirmado a importância da compreensão da<br />
natureza da Ciência para a melhoria da educação científica. Sem dúvida, trata-se <strong>de</strong> um importante<br />
conceito dialético que se constrói a partir da análise histórica, epistemológica e sociológica da<br />
ciência. Assim, percebemos a necessida<strong>de</strong> do estabelecimento <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> idéias sobre a<br />
natureza da Ciência, fundamentados em diferentes perspectivas que exibam controvérsias e<br />
acordos, chaves para lograr uma concepção mais global.<br />
Sem dúvida, não é e não <strong>de</strong>ve ser uma busca simplista, pois as reflexões<br />
epistemológicas sugerem a complexida<strong>de</strong> da polêmica da natureza da Ciência quando a<br />
percebemos como filosófica, social e historicamente dialética. Assim, buscando explicar como as<br />
diferentes representações sociais e epistemológicas <strong>de</strong> Ciência e conhecimento científico estão<br />
envolvidas com as atitu<strong>de</strong>s e crenças da Educação em Ciências escolar hoje, é necessário apoiar-<br />
se nas gran<strong>de</strong>s questões históricas, epistemológicas e sociais sobre o método e a construção do<br />
conhecimento científico.<br />
No século XVII, a Europa oci<strong>de</strong>ntal começou a <strong>de</strong>senvolver uma nova forma <strong>de</strong><br />
olhar a natureza, apesar das bases <strong>de</strong>ssa visão estarem situadas bem antes, é nos trabalhos <strong>de</strong><br />
filósofos da natureza como Galileu, Descartes, Newton e muitos outros que se encontram, já <strong>de</strong><br />
forma bastante elaborada e consolidada, os elementos da chamada revolução científica. Segundo<br />
Barros (1998), não se tratava <strong>de</strong> momento isolado, nem <strong>de</strong> contribuição <strong>de</strong> um ou outro genial<br />
pensador. Antes, fora a consolidação <strong>de</strong> idéias e <strong>de</strong> observações que se ajustavam e se encaixavam,<br />
permitindo pensar, <strong>de</strong> forma matemática e abstrata, uma realida<strong>de</strong> que, até então, era vista como<br />
algo real e concreto, regida por <strong>de</strong>sígnios e sujeita a vonta<strong>de</strong>s sobrenaturais.<br />
Chalmers (1994), alerta para o fato <strong>de</strong> que, se quisermos compreen<strong>de</strong>r a ciência e<br />
seus métodos, <strong>de</strong>vemos nos concentrar na própria ciência e nos métodos que ela incorpora,<br />
mais do que nos cientistas e em sua natureza. Contudo, como revela Weber apud Alves (2002),<br />
<strong>de</strong>ntre as missões que não cabem à ciência, está a <strong>de</strong> traçar caminho para os homens.<br />
Em uma socieda<strong>de</strong> globalizada em que a ciência e a tecnologia têm um papel cada<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE FORMAÇÃO DE EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA DE GRADUAÇÃO