Projetos e práticas de formação de professores - Relatos - Unesp
Projetos e práticas de formação de professores - Relatos - Unesp
Projetos e práticas de formação de professores - Relatos - Unesp
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Projetos</strong> e <strong>práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>formação</strong> <strong>de</strong> <strong>professores</strong> - <strong>Relatos</strong><br />
26<br />
6.3 As pedras no caminho: a partilha e a cumplicida<strong>de</strong><br />
Sentimos que seria o momento <strong>de</strong> por meio da “dinâmica das pedras no caminho”,<br />
quebrar parte da resistência ainda <strong>de</strong>monstrada. Sentíamos nesse momento, que as<br />
coor<strong>de</strong>nadoras ainda mostravam resistência em <strong>de</strong>scortinar as crises que viviam, como se as<br />
crises fossem exclusivida<strong>de</strong> apenas <strong>de</strong>las, ou fossem coisas negativas que <strong>de</strong>veriam ser<br />
escondidas<br />
Assim, provocamos uma mudança nesse quadro por meio da dinâmica. Cada<br />
coor<strong>de</strong>nadora escreveu, em uma folha <strong>de</strong> papel, um problema que via na sua creche, amassou e<br />
jogou como pedra no chão para discussão, e claro, utilizamos a poesia <strong>de</strong> Carlos Drummond <strong>de</strong><br />
Andra<strong>de</strong>.<br />
No meio do caminho<br />
No meio o caminho tinha uma pedra,<br />
tinha uma pedra no meio do caminho<br />
tinha uma pedra<br />
No meio o caminho tinha uma pedra<br />
Nunca esqueceria <strong>de</strong>sse acontecimento<br />
na vida <strong>de</strong> minhas retinas tão fatigadas<br />
nunca me esquecerei que no meio do caminho<br />
tinha uma pedra<br />
tinha uma pedra no meio do caminho<br />
No meio o caminho tinha uma pedra<br />
Os papéis traziam crises como: o relacionamento com a Diretoria; a <strong>de</strong>squalificação<br />
dos profissionais que atuam com as crianças; as dificulda<strong>de</strong>s em se educar as crianças <strong>de</strong> “hoje<br />
em dia”; a não compreensão <strong>de</strong>sse “novo” papel da creche; o <strong>de</strong>sconforto com a mudança da<br />
documentação; o número cada vez mais crescente <strong>de</strong> famílias que procuram vagas nas creches<br />
e a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se aten<strong>de</strong>r a essa <strong>de</strong>manda reprimida, entre outros.<br />
Propusemos então, que cada uma pegasse uma das pedras do chão e<br />
compartilhasse com as <strong>de</strong>mais o problema aí exposto, abrindo para a busca <strong>de</strong> soluções que<br />
po<strong>de</strong>riam ser, inclusive coletivas e repartidas por elas. Procuramos a partir daí, discutir a questão<br />
da infância, sua concepção e um pouco <strong>de</strong> seu histórico, para que entendêssemos afinal, que<br />
espaço educacional era esse? Que criança queríamos formar? Que soluções po<strong>de</strong>mos dar à má<br />
<strong>formação</strong> dos profissionais envolvidos na ação educativa das creches? Por que pensar o Educar<br />
e o Cuidar <strong>de</strong> forma inesperada?...<br />
Os encontros seguiram-se com <strong>práticas</strong> parecidas, assim, pu<strong>de</strong>mos refletir sobre<br />
a realida<strong>de</strong>, intervir e teorizar a medida em que os problemas apareciam.<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE FORMAÇÃO DE EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA DE GRADUAÇÃO