Dissertação - Mariana dos Reis Santos - Faculdade de Educação ...
Dissertação - Mariana dos Reis Santos - Faculdade de Educação ...
Dissertação - Mariana dos Reis Santos - Faculdade de Educação ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
135<br />
A “qualida<strong>de</strong>” da educação e da escola básica passa a fazer parte das<br />
agendas <strong>de</strong> discussões e do discurso <strong>de</strong> amplos setores da socieda<strong>de</strong>, e<br />
das ações políticas do MEC, que busca a cooptação para criar consensos<br />
facilitadores das mudanças necessárias na escola básica e, principalmente,<br />
no campo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores. (FREITAS, p.18, 1994)<br />
Tentando-se contrapor às políticas <strong>de</strong> equida<strong>de</strong> que fundamentavam as<br />
reformas <strong>dos</strong> professores e que, por sua vez, reforçavam o aligeiramento <strong>dos</strong><br />
currículos, Freitas aponta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se fortalecer uma base comum nacional<br />
<strong>de</strong> acordo com educação crítica e emancipatória. Freitas (1999, p.30) ressalta que “a<br />
<strong>de</strong>finição das bases da formação, nesse contexto, ganha importância crucial como<br />
forma <strong>de</strong> expressar as diferentes concepções <strong>de</strong> educação que estavam em <strong>de</strong>bate<br />
naquelas circuntâncias”.<br />
Compreendo que, diante da tentativa <strong>de</strong>senfreada <strong>de</strong> se contrapor a esses<br />
princípios neoliberais a qualquer custo, Freitas se equivoca ao propor, logo adiante,<br />
a formulação <strong>de</strong> uma única base comum nacional para to<strong>dos</strong> os profissionais da<br />
educação e faz menção a base comum nacional emitida pela antiga CONARCE, em<br />
1989. No entanto, a autora afirma condições importantes para a compreensão da<br />
realida<strong>de</strong> existente no setor educacional e para a formação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
profissional.<br />
Na perspectiva <strong>de</strong> uma educação crítica, <strong>de</strong>ve-se também reafirmar a<br />
concepção sócio-histórica <strong>de</strong> educador, <strong>de</strong>finida pelo movimento <strong>de</strong><br />
educadores e <strong>de</strong>fendida pela ANFOPE, concepção <strong>de</strong> formação do<br />
profissional <strong>de</strong> educação <strong>de</strong> caráter amplo, com pleno domínio e<br />
compreensão da realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu tempo, com a consciência crítica que lhe<br />
permita interferir e transformar as condições da escola, da educação e da<br />
socieda<strong>de</strong>, um educador que enquanto profissional <strong>de</strong> ensino tenha a<br />
docência como base da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> profissional, domina o conhecimento<br />
específico, da sua área, articulando ao conhecimento pedagógico, em uma<br />
perspectiva <strong>de</strong> totalida<strong>de</strong> do conhecimento socialmente produzido que lhe<br />
permita perceber as relações existentes entre as ativida<strong>de</strong>s educacionais e<br />
a totalida<strong>de</strong> das relações sociais, econômicas, políticas e culturais em que o<br />
processo educacional ocorre, sendo capaz <strong>de</strong> atuar como agente <strong>de</strong><br />
transformação da realida<strong>de</strong> em que se insere. (CONARCFE, 1989 apud<br />
FREITAS, 1994, p.30)