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Dissertação - Mariana dos Reis Santos - Faculdade de Educação ...

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Ressalta também as transformações ocorridas pelo advento da Revolução<br />

Tecnológica, afirmando que “novas tecnologia, países ricos e organismos<br />

multilaterais fazem uma combinação que torna indiscutível o domínio atual do<br />

capital” (i<strong>de</strong>m).<br />

No entanto, a contradição no texto aparece quando a ANFOPE utiliza como<br />

embasamento as pesquisas <strong>de</strong>stes mesmos organismos nacionais para diagnosticar<br />

a situação da realida<strong>de</strong> mundial e brasileira.<br />

Cresce a cada dia no mundo aquele extrato social que a análise sociológica<br />

atual convencionou chamar <strong>de</strong> subclasse. Combinação <strong>de</strong> fatores como<br />

longos perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego, pouca ou nenhuma escolarida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>pendência do assistencialismo, lares chefia<strong>dos</strong> por mulheres,<br />

incidência <strong>de</strong> alcoolismo e drogas, sobrevivência diária conseguida<br />

através da informalida<strong>de</strong>, pequenos furtos, etc. A realida<strong>de</strong> brasileira se<br />

agrava nesse contexto <strong>de</strong> crise mundial. Organismos internacionais<br />

apontam o <strong>de</strong>srespeito aos direitos humanos como um <strong>dos</strong> nossos<br />

problemas mais graves. A violência policial atinge níveis alarmantes. Nos<br />

últimos 8 anos, 5500 civis foram assassina<strong>dos</strong> por policiais em São Paulo.<br />

(ANFOPE, 1998, p.14, grifos meus)<br />

Como ter um posicionamento <strong>de</strong> repúdio diante da mediação <strong>dos</strong> organismos<br />

internacionais com as políticas educacionais vigentes se o próprio diagnóstico<br />

conjuntural das políticas educacionais da entida<strong>de</strong> se respalda nos da<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />

exclusão e pobreza trazi<strong>dos</strong> por esses mesmos atores? Será que a ANFOPE não se<br />

atentou para as motivações <strong>dos</strong> organismos internacionais nos países periféricos<br />

com a apresentação <strong>de</strong>stes diagnósticos sociais? Resposta para tal questionamento<br />

merece uma contextualização histórica mais profunda do sugimento <strong>dos</strong> organismos<br />

internacionais.<br />

Melo (2004, p. 63) também explica o processo histórico <strong>de</strong> criação <strong>dos</strong><br />

organismos internacionais e a construção <strong>de</strong>ssa i<strong>de</strong>ologia <strong>de</strong> “Estado <strong>de</strong> bem-estar<br />

social”. Entre 1945 e os anos 60, os Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> conce<strong>de</strong>ram empréstimos a<br />

vários países do mundo, fortalecendo alianças criadas em Breeton Woods. Na<br />

mesma época, o “Estado <strong>de</strong> bem-estar social” realizou-se <strong>de</strong> forma diferenciada nos<br />

países periféricos e centrais a partir <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> políticas não integrativas com as<br />

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