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Dissertação - Mariana dos Reis Santos - Faculdade de Educação ...

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O estudo do INEP também apontou que os alunos <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> Pedagogia<br />

presenciais se saíam melhor no ENEM que os alunos da modalida<strong>de</strong> à distância.<br />

Um dado gritante para os direcionamentos futuros da formação docente na escola<br />

pública brasileira, ao se constatar que a formação mais flexível <strong>dos</strong> cursos <strong>de</strong><br />

Pedagogia na modalida<strong>de</strong> à distância está sobrepondo o ensino presencial mais<br />

<strong>de</strong>morado e <strong>de</strong>nso teoricamente.<br />

Em consonância com o <strong>de</strong>smonte estrutural da educação presente em<br />

tempos atuais, as relações <strong>de</strong> trabalho precarizadas na escola pública<br />

compreen<strong>de</strong>m o processo <strong>de</strong> proletarização do pedagogo e professor. Enguita<br />

<strong>de</strong>fine nos seus estu<strong>dos</strong> as relações <strong>de</strong> trabalho docente em que “a proletarização,<br />

portanto, é o processo pelo qual um grupo <strong>de</strong> trabalhadores per<strong>de</strong>, mais ou menos<br />

sucessivamente, o controle sobre seus meios <strong>de</strong> produção, o objetivo <strong>de</strong> seu<br />

trabalho e a organização da ativida<strong>de</strong>” (ENGUITA, 1991, p. 47).<br />

O autor também aborda (ob. cit.) a relação ambígua existente entre<br />

profissionalismo e proletarização, on<strong>de</strong> a profissionalização do trabalhador docente<br />

não seria mais relacionada à qualificação ou formação e sim à posição social que<br />

este trabalhador exerce no espaço educacional, preocupando-se em aten<strong>de</strong>r as<br />

“novas <strong>de</strong>mandas” do mundo do trabalho.<br />

Arroyo (2000) também analisa em seus estu<strong>dos</strong> a perda <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>dos</strong><br />

profissionais <strong>de</strong> educação que estão <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> a executar ações voltadas para<br />

metas e planos governamentais que anulam a humanida<strong>de</strong> da docência e a<br />

possibilida<strong>de</strong> da escola ser um ambiente formador <strong>de</strong> múltiplas dimensões, que vão<br />

além <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> sistematiza<strong>dos</strong>. Assim, o autor (ob. cit., p.51) i<strong>de</strong>ntifica esta<br />

perda da “imagem docente”:<br />

172<br />

Em nosso papel social e cultural se <strong>de</strong>sencontram imagens não<br />

coinci<strong>de</strong>ntes, que foram perfilando um rosto <strong>de</strong>sfigurado. Este rosto<br />

<strong>de</strong>sfigurado, in<strong>de</strong>finido <strong>de</strong> mestres e do nosso fazer social condiciona<br />

políticas <strong>de</strong> formação, currículos <strong>de</strong> formação e as instituições formadoras.<br />

Tem condicionado as teorias pedagógicas e nosso pensamento<br />

pedagógico, tão distante da teoria educativa e tão próximo do didatismo,<br />

das metodologias <strong>de</strong> ensino e <strong>dos</strong> saberes escolares a serem ensina<strong>dos</strong>.

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