Dissertação - Mariana dos Reis Santos - Faculdade de Educação ...
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ensino/aprendizagem. Enquanto Pedagogo, ou seja, na função <strong>de</strong> orientador, administrador,<br />
supervisor cabe orientar e respaldar a ação do docente no espaço em que o mesmo estiver<br />
atuando. Quem trabalha no espaço escolar sabe que no movimento cotidiano os rótulos se<br />
misturam e precisamos agir muitas vezes “fora” <strong>de</strong> nossas funções ou compôs <strong>de</strong> atuação.<br />
Qual é o limite? Se to<strong>dos</strong> os sujeitos profissionais tiverem combinado um único projeto<br />
político na escola não teremos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>marcar os espaços e, ainda, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>remos<br />
uma formação contínua assumindo nosso papel <strong>de</strong> intelectuais da área.<br />
5-Para você, o que é ser pedagogo?<br />
Penso que não cabe a expressão “ser Pedagogo”, pois cairíamos no campo das<br />
subjetivida<strong>de</strong>s na condição pessoal do ser profissional, o que acredito ser sempre diferente<br />
entre os sujeitos, já que minhas experiências e impressões particulares variam em relação<br />
aos muitos companheiros <strong>de</strong> trabalho com pouco ou muitos anos <strong>de</strong> carreira. Mas a<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do Pedagogo, logo, o que é o Pedagogo, na minha opinião, encontra-se no<br />
conceito <strong>de</strong> intelectual orgânico elaborado pelo Gramsci. Toda ação <strong>de</strong>ste profissional é<br />
uma ação política e, sem dúvida, <strong>de</strong>finidamente a serviço <strong>de</strong> um único paradigma, <strong>de</strong> uma<br />
única forma política <strong>de</strong> estar no mundo e, portanto, <strong>de</strong> ser no mundo vislumbrando um<br />
projeto <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> (ora mantendo, ora <strong>de</strong>sejando romper com o status quo). Não consigo<br />
admitir essa crise na <strong>de</strong>finição do profissional, a não ser para confundir <strong>de</strong> forma hipócrita o<br />
papel <strong>de</strong>le nos aparelhos <strong>de</strong> dominação do Estado, que são as escolas. Fica no ar uma<br />
certa confusão/crise <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> que, na verda<strong>de</strong>, tem relação direta com a intenção<br />
Positivista <strong>de</strong> neutralida<strong>de</strong> diante da realida<strong>de</strong>. Mas esse i<strong>de</strong>al é falso. Não existe<br />
neutralida<strong>de</strong> em nenhum <strong>dos</strong> aspectos das condições humanas na realida<strong>de</strong> objetiva. O<br />
Pedagogo, obviamente, tem uma tarefa complicada quando o mundo tenta negá-lo como o<br />
político da educação, mas político no mais amplo sentido que pu<strong>de</strong>rmos atribuí-lo (um<br />
intelectual que se preten<strong>de</strong> filósofo na luta <strong>de</strong> classes e um militante na sua produção<br />
intelectual).<br />
6- Quais os pontos positivos que o movimento <strong>de</strong> Pedagogia avançou no processo <strong>de</strong><br />
discussões das DCNs <strong>de</strong> Pedagogia? E em quais outros pontos você consi<strong>de</strong>ra que o<br />
movimento estudantil po<strong>de</strong>ria ter avançado mais?<br />
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