Dissertação - Mariana dos Reis Santos - Faculdade de Educação ...
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sobretudo, carinho, o cuidado, a <strong>de</strong>dicação e o acompanhamento<br />
com as crianças. (ARROYO, ob. cit., p.30)<br />
Um outro aspecto que po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar na profissão <strong>de</strong> pedagogo em<br />
relação aos outros cursos é a <strong>de</strong>fasagem salarial <strong>de</strong> remuneração com relação as<br />
outras licenciaturas. A diferenciação salarial é claramente evi<strong>de</strong>nciada se<br />
observarmos o lugar que ocupa a professora da <strong>Educação</strong> Infantil, por exemplo.<br />
Segundo da<strong>dos</strong> do SINPRO (Sindicatos <strong>de</strong> profissionais do Rio <strong>de</strong> Janeiro) que<br />
representa as instituições escolares privadas que concentram 75% das matrículas<br />
<strong>de</strong> professores e 90% das escolas instituições escolares no estado Rio <strong>de</strong> Janeiro, é<br />
na escola particular que o professor, especialmente o professor da <strong>Educação</strong><br />
Infantil, é mais mal pago.<br />
Van<strong>de</strong>rley Quêdo, representante <strong>dos</strong> sindicatos das escolas particulares,<br />
expôs da<strong>dos</strong> em Audiência Pública na ALERJ (Assembleia Legislativa do Estado do<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro), no dia 27 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2011, <strong>de</strong> que o piso salarial da professora<br />
mulher <strong>de</strong> educação infantil é <strong>de</strong> R$ 8,71 contra R$ 13,00 do salário do professor<br />
homem <strong>de</strong> ensino médio, e relaciona tal <strong>de</strong>sproporcionalida<strong>de</strong> com a divisão sexual<br />
do trabalho. Quêdo, ao lançar esses da<strong>dos</strong> para o <strong>de</strong>bate da militância da categoria<br />
<strong>dos</strong> professores, nos remete a analisarmos a questão <strong>de</strong> gênero no trabalho<br />
também como uma questão <strong>de</strong> classe, que con<strong>de</strong>na a mulher trabalhadora a uma<br />
exploração ainda maior diante da dupla jornada <strong>de</strong> trabalho entre lar e escola.<br />
No caso específico do magistério, a divisão sexual do trabalho que expressa a<br />
diferenciação salarial entre homens e mulheres também está relacionada a essa<br />
dupla jornada <strong>de</strong> trabalho que impe<strong>de</strong>, muitas vezes, as mulheres <strong>de</strong> frequentar um<br />
curso <strong>de</strong> pós-graduação ou especialização, alcançando salários mais bem<br />
remunera<strong>dos</strong> no mercado.<br />
Assim, Antunes (1999) analisa esse processo da divisão sexual do trabalho e<br />
suas dimensões <strong>de</strong> gênero e classe nas fábricas <strong>dos</strong> países da França, Japão e<br />
Brasil, que po<strong>de</strong>m ser perfeitamente agrega<strong>dos</strong> à realida<strong>de</strong> do cotidiano das<br />
professoras <strong>de</strong> educação básica e pedagogas.