Dissertação - Mariana dos Reis Santos - Faculdade de Educação ...
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acreditavam que o pedagogo necessitaria <strong>de</strong> uma formação com base na ciência. Essa<br />
formação (que muitos acreditavam que convergiam com a concepção <strong>de</strong> Libânio) foi<br />
re<strong>de</strong>finida por uma professora da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do<br />
Paraná que com seus originais questionamentos sobre a base da formação do pedagogo, a<br />
docência, impulsionou os estudantes a criarem uma ousada concepção <strong>de</strong>nominada<br />
Pedagogo Unitário no qual o tripé – docência, pesquisa e gestão – estaria no centro da<br />
formação do pedagogo, e não apenas a docência. Na medida em que o movimento <strong>de</strong>batia<br />
a nova concepção, as idéias e as fundamentações foram sendo criadas e <strong>de</strong>senvolvidas.<br />
Defen<strong>de</strong>mos até hoje esta concepção por acreditar que é a única que questiona a ênfase do<br />
curso <strong>de</strong> pedagogia. Acreditamos que a fundamentação do Pedagogo Unitário está em<br />
Gramsci, apesar <strong>de</strong> o movimento não ter tido o tempo e a calma para elaborar tal<br />
concepção. A resolução do movimento nacional <strong>de</strong> pedagogia era <strong>de</strong> divulgar ao máximo a<br />
nossa proposta, por isso, nos reunimos na FEUFF diversas vezes, além <strong>de</strong> irmos às<br />
universida<strong>de</strong>s privadas, fóruns e encontros <strong>de</strong> área. Destacamos a nossa ida ao encontro<br />
anual da Anfope on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>fesa do pedagogo unitário foi vista com extrema <strong>de</strong>sconfiança e<br />
mal-estar. Defen<strong>de</strong>mos ainda esta concepção, apesar da totalida<strong>de</strong> do movimento estudantil<br />
<strong>de</strong> pedagogia não ter mais a<strong>de</strong>são e muitos <strong>de</strong>sconhecerem esta bela trajetória da nossa<br />
militância. A nossa luta na época obrigou até o Ministro da <strong>Educação</strong> Haddad assinar um<br />
termo que não homologaria as DCN’s sem antes conversar com os estudantes. Os<br />
documentos registram discussões que iam até as 2 da madrugada (!), mostrando o<br />
empenho <strong>de</strong> muitos em acreditar em outra formação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, que abarcasse a<br />
totalida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> conhecimentos que produzem o referido profissional.<br />
4- Quais as diferenças que você observa entre pedagogo e professor?<br />
Esta pergunta é complicada e só é possível respondê-la respeitando as mediações<br />
<strong>de</strong> cada formação. Daria para respon<strong>de</strong>r em muitas laudas. (!) Mas, em linhas gerais,<br />
acreditamos que há diferenças sim pelo fato <strong>de</strong> cada formação ter particularida<strong>de</strong>s.<br />
Destacamos uma particularida<strong>de</strong> que consi<strong>de</strong>ramos central: i- a principal tese seria a <strong>de</strong> que<br />
o pedagogo não era formado para ser docente. Antes <strong>de</strong> 1962 a formação do pedagogo<br />
era <strong>de</strong>nominada especialista da educação (idéia com a qual não trabalhamos e muito menos<br />
o movimento nacional <strong>de</strong> pedagogia). Já em 1969 a formação exigida nos currículos era da<br />
preparação do profissional para estar atuando (também) nas séries iniciais. Essa idéia nova<br />
na história <strong>dos</strong> cursos <strong>de</strong> pedagogia no Brasil só complicou a formação, ao invés <strong>de</strong> ajudá-<br />
la. O surgimento do curso em 1939 e a gran<strong>de</strong> alteração em 1969 <strong>de</strong>notam que as (contra)<br />
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