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Estela

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– A senhorita tem razão, respondeu Dargilan. A ciência do<br />

céu é sublime e não lhe dará desilusões. A atmosfera está muito<br />

pura esta noite. Admirará Saturno qual se estivesse em uma<br />

gravura. É uma das mais estupendas maravilhas do céu. Eu<br />

próprio não revejo esses anéis sem emoção, embora os observe<br />

desde há muito tempo. Senhora condessa, experimente ver: o<br />

astro está no campo visual. Se a imagem não se apresentar<br />

perfeitamente nítida, acrescentou, gire lentamente esta pequena<br />

cremalheira até atingir seu grau de visão.<br />

– Oh! realmente, confesso, exclamou a senhora de Noirmoutiers,<br />

é admirável! Não, nunca mais esquecerei esta beleza, esta<br />

luz! Este anel celeste é extraordinário!<br />

– Dentro de um quarto de hora, explicou o astrônomo, a Lua<br />

vai passar exatamente diante. Todos terão tempo de observar<br />

tranqüilamente esse curioso planeta.<br />

O conde e <strong>Estela</strong> observaram por sua vez, maravilhados. Falou-lhes<br />

dos anéis, de sua natureza e movimento. Depois, Dargilan<br />

pediu licença para fazer por si a observação exata do contacto<br />

entre o bordo escuro da Lua e o anel, indicado pelo cálculo,<br />

assim como da reaparição do planeta pelo bordo iluminado.<br />

Em seguida, foi a vez de Marte, que já passara pelo meridiano,<br />

e o astrônomo procurou reconhecer as neves polares e as<br />

principais manchas geográficas. Porém, a imagem carecia de<br />

nitidez, pois a atmosfera da cúpula estava um pouco aquecida. A<br />

lente foi então voltada para os principais círculos lunares visíveis<br />

naquela noite, que era a antevéspera do quarto crescente. O<br />

senhor e a senhora de Noirmoutiers demoraram-se bastante<br />

tempo contemplando os efeitos de luz prateada sobre as chanfraduras<br />

lunares tão curiosamente recortadas.<br />

Enquanto seu tio e sua tia observavam na lente, <strong>Estela</strong> saíra<br />

para o terraço, a fim de olhar o conjunto da abóbada estrelada. O<br />

“Solitário” não tardou em segui-la.<br />

Era uma bela noite de Verão. Tudo era calmo e silencioso; as<br />

estrelas resplendiam no céu, apenas esmaecidas no poente pela<br />

claridade do amplo crescente lunar. Haviam-se acendido uma a<br />

uma, e agora constelavam o imenso zimbório. Arctúrus com os

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