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Estela

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– Minha querida filha, sabe quanto te amamos. Somos os teus<br />

melhores amigos, acredita. Vejamos. Faremos o que quiseres.<br />

Pensaste em algum outro partido? Na brilhante soirée do último<br />

inverno, em que foste à verdadeira rainha, bem me recordo de<br />

que outros dois jovens te fizeram uma corte quase tão assídua<br />

quanto à do duque. Preferirias um deles? A impressão que neles<br />

produziste não é mistério para ninguém, e tu os viste em nossas<br />

reuniões.<br />

– Sei, antes de tudo, que eles me buscam pelo meu dote, e<br />

não por mim própria. Demais, eu não quero casar, pura e simplesmente.<br />

– O duque teima, em absoluto, em ter uma entrevista contigo.<br />

– Espero que o senhor me evite essa contrariedade. Para que<br />

serviria essa entrevista? O senhor pode transmitir-lhe a minha<br />

resposta.<br />

A conversação continuou algum tempo ainda nesse tom, sem<br />

modificar em nada as resoluções de <strong>Estela</strong>, e o dia transcorreu<br />

bastante triste, todos os nervos tensos, num diapasão mais do que<br />

agudo. <strong>Estela</strong> só reapareceu ao jantar, apenas o tempo estritamente<br />

necessário para a refeição, e depois se encerrou nos aposentos<br />

de dormir.<br />

– Um casamento de conveniências! Repetia ela a si própria.<br />

Entregar meu corpo a esse estranho! Nunca! Nunca!<br />

E na manhã seguinte, durante a visita do duque, recusou descer<br />

para dar a este uma explicação qualquer.

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