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Estela

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E teve a idéia de atraí-la, apenas pela força psíquica, da qual<br />

fizera tantos estudos na primeira obra lida por <strong>Estela</strong>. Voltou-se<br />

para a direção do castelo, e estendeu os braços.<br />

“Vem! vibrou ele em fervente amor, vem, minha bem-amada!<br />

Unamo-nos por um instante em face deste belo céu. Amo-te,<br />

quero-te, não posso viver sem ti. Vem para junto de mim; quero<br />

sentir-te, respirar-te, a sós, a sós nesta solitude!”<br />

<strong>Estela</strong>, depois de feitos os preparativos da viagem, deitara-se<br />

e adormecera. Levantou-se, vestiu-se, envolveu-se em um mantô,<br />

desceu a escada, abriu uma porta e saiu no parque. Seu ser estava<br />

como que mergulhado numa espécie de estado sonambúlico.<br />

Galgou lentamente a senda que conduzia à pequena porta de<br />

comunicação com a montanha. Dargilan a viu chegar pelo pátio<br />

do jardim, ouviu quando subiu a escada, e esperou. Seu coração<br />

pulsava violentamente.<br />

<strong>Estela</strong> apareceu diante dele, branca e pura, qual visão celeste,<br />

e parou. Seus olhos estavam abertos, e ele sabia que o sono<br />

normal cedera lugar ao sono hipnótico. Tinha diante de si uma<br />

criatura que teria obedecido cegamente a todas as suas ordens;<br />

porém, de forma alguma queria um autômato. Então, sem tocála,<br />

e colocando unicamente um braço por detrás do busto, com<br />

receio de uma queda, soprou fortemente sobre a sua fronte e a<br />

tomou logo nos braços.<br />

Estupefata por se encontrar ali, <strong>Estela</strong> procurou a princípio,<br />

inutilmente, recordar-se da causa que ali a conduzira. Sendo<br />

todas as coisas que via em torno de si já familiares, não sentiu<br />

espanto algum ao reconhecê-las. Dargilan, que a sustentava nos<br />

braços, cobriu-a de beijos. <strong>Estela</strong> não estava inteiramente acordada;<br />

permanecia em um desses estados superficiais de hipnose<br />

que parecem meio-sonho.<br />

– Chamastes-me, disse ela, e eu vos ouvi. Adormecera naquele<br />

momento. Creio lembrar-me de ter sentido um violento choque<br />

elétrico, igual ao de certas ocasiões em que me olhais fixamente.<br />

Mas, como vim?<br />

– Não posso viver sem a minha Estrela. É o anjo do meu céu.<br />

Nunca fui tão feliz quanto neste momento. Oh! Fiquemos juntos!

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