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Estela

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XXIV<br />

A vida de casal<br />

À noite, o equatorial foi dirigido para um magnífico agrupamento<br />

de estrelas da constelação de Hércules, denominado<br />

Messier 92.<br />

– Por que esse nome? Interrogou <strong>Estela</strong>. É necessário que me<br />

ensines tudo.<br />

– Esse nome é o de um observador modesto que passava as<br />

noites em uma torre da comunidade do Palácio de Cluny, em<br />

Paris, nas ruínas das antigas termas de Juliano. Essas construções<br />

existem ainda. São veneráveis. Messier ficava ali todas as noites<br />

em busca de cometas, e, pesquisando cometas, encontrou nebulosas,<br />

das quais publicou, em 1783 e 1784, o primeiro catálogo,<br />

elevando-se à cifra de 103. Olha, eis aqui justamente o exemplar<br />

do próprio Messier, com as suas anotações manuscritas.<br />

E estendeu a <strong>Estela</strong> um pequeno livro encadernado em vermelho.<br />

– Oh! Que escrito antigo! Exclamou. Emociono-me, ao folhear<br />

essas páginas seculares.<br />

– Olha o número 92.<br />

– Ei-lo. Está bem visível: “18 de março de 1781. Nebulosa<br />

bem nítida e de grande luminosidade, entre o joelho e a perna<br />

esquerda de Hércules. Não tem nenhuma estrela. O centro é<br />

brilhante, rodeado de nebulosidade; assemelha-se ao núcleo de<br />

um cometa. Tem, com pouca diferença, a mesma luminosidade e<br />

grandeza da que está na cintura de Hércules, e traz o nº 13 do<br />

meu catálogo”. Sabes o que mais me impressiona nesta descrição?<br />

É o joelho e a perna esquerda de Hércules. Pode-se ver isso<br />

no céu?<br />

– Olha tu mesma. Vem ver.<br />

– Conduziu-a ao terraço e lhe mostrou a constelação.<br />

– Olha! Está perto da minha estrela!

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