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Estela

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fantásticas dos mundos iluminados por esse tríplice sol! Quanto<br />

o nosso pobre Sol terrestre é pálido ao lado dessas riquezas!...<br />

Vede, na constelação do Cisne, aquela linda estrela: é Albíreo.<br />

Há ali o consórcio de dois astros esplêndidos, um que lança em<br />

torno de si jatos deslumbrantes de uma luz dourada, e outro,<br />

estrela azul, que irradia uma coloração de safira. E acolá, no<br />

Delfim, está um topázio que mistura as suas chamas às de uma<br />

esmeralda. E mais adiante está Mizar: dois diamantes celestes<br />

que deixam muito longe os mais luminosos diamantes da Terra.<br />

Vede no Cisne, que contemplamos há pouco e que se estende<br />

resplendente de alvura, em plena Via-Láctea: ali se encontra a<br />

primeira estrela cuja distância da Terra pôde ser medida; é uma<br />

das mais próximas de nós: gira a setenta mil milhões de quilômetros<br />

daqui, e a seta de luz que atravessa o espaço com a velocidade<br />

do relâmpago, e percorre 300.000 quilômetros por segundo,<br />

voa com essa velocidade durante 2555 dias antes de nos chegar.<br />

Assim, o resplendor que recebemos neste momento se desprendeu<br />

há esse tempo, e vemos a estrela, não qual é atualmente,<br />

porém qual era na época em que partiu a fotografia que nos<br />

chega hoje... Pela Astronomia vivemos no Tempo e no Espaço,<br />

no Infinito e na Eternidade!<br />

E tudo isso gira, vagueia, e se precipita no mistério, no desconhecido,<br />

e com que velocidade! Com que vertigem! Cem,<br />

duzentos, trezentos mil metros por segundo! É isso loucura? É<br />

sabedoria? Aonde vão todos esses sóis, todos esses mundos?<br />

Onde está a meta? Onde está o fim? Onde está o começo? E<br />

aonde vamos nós mesmos com o nosso Sol? Para onde, pois,<br />

tudo o que existe na Criação inteira, astros, sóis, planetas, meses,<br />

dias, estações, primaveras, perfumes, ninhos dos arvoredos,<br />

crianças de berço, velhos com um pé na tumba, para onde, pois,<br />

corre tudo isso com tanta velocidade? Abismo! Insondável...<br />

Inflamava-se, esquecia a Terra, elevava-se e planava no próprio<br />

céu, e, sem se fixar nisso, assim descrevia aos circunstantes<br />

as descobertas da Ciência, que têm verdadeiramente algo de<br />

prodigioso e que por vezes calavam fundo, na jovem ouvinte,<br />

chegando ao auge quando Dargilan falou da análise química dos<br />

mundos pelo exame da luz respectiva, e dos movimentos vertigi-

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