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Estela

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nu?... Sim, aquela. Pois bem, ela viaja no céu com uma velocidade<br />

superior a duzentos quilômetros por segundo! Há quarenta<br />

séculos, era vizinha da estrela Alfa que Vedes ali, e dentro de<br />

sessenta séculos atingirá aquela outra do lado Este. Imaginai o<br />

que possa ser uma velocidade de doze mil quilômetros por hora!<br />

Os choques não são impossíveis. Eles explicarão as conflagrações<br />

periódicas, as quais já foram observadas em número de<br />

vinte e cinco, e explicarão também a ressurreição de sóis extintos.<br />

Que obuses!...<br />

E vedes, ainda ali, sempre nesta mesma região do céu, esta<br />

brilhante estrela de Perseu? É Algol, a estrela do Diabo, a cabeça<br />

da Medusa. É bem curiosa ela, também. De dois em dois dias<br />

decai da segunda para a quarta grandeza. É um eclipse produzido<br />

pela passagem de um corpo escuro diante desse longínquo sol. A<br />

duração mínima é de seis minutos. É um sistema que gira no<br />

plano do nosso raio visual, e é graças a essa coincidência que o<br />

conhecemos.<br />

– Por conseguinte, os astrônomos já conhecem sistemas solares<br />

diferentes do nosso? Interrogou o conde.<br />

– Sim. Diversos, qual o de Algol, da estrela Delta de Cafeu,<br />

que vedes também ali, na estrela U de Ophiucus, que foram<br />

descobertas por gravitarem no plano do nosso raio visual. Outros,<br />

os de Sírio, Procion, Castor, foram descobertos pelos deslocamentos<br />

da estrela, devidos à atração de seus satélites. Não<br />

podemos mais supor que o nosso sistema planetário seja uma<br />

exceção no Universo.<br />

– Oh! Que linda estrela cadente! Exclamou <strong>Estela</strong>.<br />

– Ela desapareceu, explicou o astrônomo, próximo de uma<br />

estrela, bastante curiosa também, da constelação de Cefeu, a que<br />

William Herschel chamava Garne Sídus, o astro grená, e que é<br />

de um vermelho translúcido admirável. É símile de um carvão<br />

ardente. Varia da quarta à sexta grandeza. Vemos nela um sol<br />

que se extingue. Viveu em séculos passados, brilhou sobre<br />

primaveras e flores, e agora lança os últimos clarões de uma<br />

lenta agonia. Não posso observá-lo sem pensar nos mortos que lá<br />

estão. Esse olho extinto do passado nos observa sem nos ver,

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