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do vermelho ao violeta, e sabeis que todos os raios visíveis aos<br />
olhos humanos estão compreendidos nesse espectro. Sabeis<br />
também que os raios se prolongam tanto além do violeta, quanto<br />
além do vermelho; que os primeiros, invisíveis, porém de grande<br />
potência química, são visíveis, para o “olho fotográfico”, e foram<br />
fotografados com os seus riscos ou sulcos espectrais; e que os<br />
segundos, igualmente invisíveis para nós outros, são caloríficos e<br />
foram fotografados também, com o auxílio do bolômetro. Ora,<br />
sede, pois, lógico, e confessai que o mundo visível está longe de<br />
representar o mundo real. Atentai para o espectro atualmente<br />
conhecido: mede um metro. Vedes, ao centro, uma zona branca?<br />
É o espectro visível: mede cinco centímetros. Todos os outros<br />
raios nos passam despercebidos. Não sejamos, pois, tão “positivistas”.<br />
E por que vemos tão pouco do próprio mundo físico? Porque<br />
estamos muito próximos ao Sol.<br />
Nossos olhos, formados nesse meio tão luminoso, são quase<br />
cegos; nossa sensação óptica é rude, brutal, grosseira, e a amplitude<br />
das vibrações acessíveis ao nosso nervo óptico muito reduzida.<br />
Não vemos quase nada do que existe. Quando, saindo da<br />
viva luz de um lindo dia de verão, entramos em um subterrâneo,<br />
nele nada podemos distinguir. Se os nossos olhos se tivessem<br />
desenvolvido no ambiente de uma claridade mais suave, mais<br />
temperada, à semelhança do que ocorre em Urano ou Netuno,<br />
par exemplo, seu campo de captação seria incomparavelmente<br />
mais extenso. Mas, é assim: estamos na Terra. Não é uma corda<br />
vibrante de harpa ou de violino a que possui o nosso organismo;<br />
é uma barra de ferro. Não vibramos. Nessa condição a que<br />
chamamos “noite” está o estado real do Universo. Ardemos com<br />
a proximidade do nosso Sol. Observai este escorço do sistema<br />
planetário: Enquanto Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e os planetas<br />
transnetunianos descrevem com majestade suas órbitas<br />
imensas na extensão, Mercúrio, Vênus, Terra e Marte giram,<br />
dentro da própria órbita do astro deslumbrante, e é com dificuldade<br />
que os distinguimos. Nosso modo de percepção é acanhado<br />
e incompleto; a Ciência, porém, o desenvolve, revelando à nossa