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Estela

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– Entretanto, é belo esse grande espetáculo da noite estrelada.<br />

Que paz profunda! Que tranqüilidade! Que grandeza! Oh! As<br />

Plêiades subiram muito no céu enquanto conversávamos. Cintilam<br />

menos do que há pouco, parecem mais calmas. Conto sete.<br />

– Vês aquela que os antigos acreditavam terem visto desaparecer<br />

ao tempo da guerra de Tróia. É a mais fraca, e a vista<br />

comum não a distingue. Os olhos mais apurados contam oito,<br />

nove, dez, às vezes até mais.<br />

– Quantas são na realidade?<br />

– Muitos milhares. O telescópio descobre minúsculas da décima<br />

quinta à décima sétima grandeza. A fotografia revela outras<br />

mais imperceptíveis ainda, porque o “olho fotográfico”, a chapa<br />

sensibilizada, nova retina do astrônomo, ficando em exposição<br />

para o céu, durante algumas horas, acaba por ver o que a nossa<br />

vista não veria jamais. Essas Plêiades formam um universo.<br />

– Parecem isoladas. Tenho a impressão de que a alma poderia<br />

facilmente voar entre elas, qual um pássaro em uma árvore.<br />

Algumas vezes imagino que vôo até lá, e que olho em torno de<br />

mim o abismo do infinito por vezes, tenho medo. Sinto atravessar-me<br />

um calafrio. Pode a alma ter vertigens? Experimentei-as<br />

ante a sensação do Infinito, de igual modo que as sentira ante a<br />

da Eternidade. Tive de fechar os olhos do meu Espírito, não<br />

olhar mais, cessar o pensamento. Oh! O Infinito! Sinto-o, porém<br />

não chego a compreendê-lo...<br />

– No entanto, é muito mais fácil concebê-lo do que o finito.<br />

Ensaia representar-te um espaço finito, experimenta supor um<br />

limite, uma fronteira qualquer a essa imensidade, e não o conseguirás;<br />

tua imaginação passará a barreira. O Espaço é infinito.<br />

Vês aquele ponto do céu, lá em cima. Voemos, como dizes,<br />

voemos até lá, pelo pensamento. O clarão vai depressa. Pois<br />

bem, supõe que viajamos com uma velocidade mais rápida ainda,<br />

com a da luz. Ser-nos-á necessário, com essa velocidade de<br />

trezentos mil quilômetros por segundo, quarenta minutos para<br />

atingir Júpiter; uma hora para chegar até Saturno; quatro horas<br />

para tocar em Netuno; sete lustros e mais um ano para atingir a<br />

estrela polar; e um século para chegar àquela estrela. Continue-

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