24.12.2018 Views

Código Tributário Nacional - Hugo de Brito Machado Segundo - 2017

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

contribuição social dos empregadores, inci<strong>de</strong>ntes sobre a folha <strong>de</strong> salários, o faturamento e o<br />

lucro; <strong>de</strong>sta forma, quando o § 2º do art. 25 da Lei nº 8.870/94 cria contribuição social sobre o<br />

valor estimado da produção agrícola própria, consi<strong>de</strong>rado o seu preço <strong>de</strong> mercado, é ele<br />

inconstitucional porque usa uma base <strong>de</strong> cálculo não prevista na Lei Maior. 3. O § 4º do art. 195<br />

da Constituição prevê que a lei complementar po<strong>de</strong> instituir outras fontes <strong>de</strong> receita para a<br />

segurida<strong>de</strong> social; <strong>de</strong>sta forma, quando a Lei nº 8.870/94 serve-se <strong>de</strong> outras fontes, criando<br />

contribuição nova, além das expressamente previstas, é ela inconstitucional, porque é lei<br />

ordinária, insuscetível <strong>de</strong> veicular tal matéria. 4. Ação direta julgada proce<strong>de</strong>nte, por maioria,<br />

para <strong>de</strong>clarar a inconstitucionalida<strong>de</strong> do § 2º da Lei nº 88.870/94” (STF, Pleno, ADI 1.103/DF,<br />

Rel. Min. Néri da Silveira, j. em 18/12/1996, m. v., DJ <strong>de</strong> 25/4/1997, p. 15.197).<br />

18. Exigências do art. 195 da CF/88 e a contribuição ao PIS– A contribuição para o PIS,<br />

conquanto guar<strong>de</strong> diversas semelhanças com a COFINS, encontra previsão expressa no art. 239<br />

da CF/88. Por essa razão, o STF enten<strong>de</strong>u que não se lhe aplicam as restrições constantes dos<br />

arts. 154, I, e 195, § 4º, da CF/88. (STF, Pleno, ADI 1.417/DF, Rel. Min. Octávio Gallotti, j. em<br />

2/8/1999, v. u., DJ <strong>de</strong> 23/3/2001, p. 85).<br />

19. Anteriorida<strong>de</strong> nonagesimal e medida provisória – “Contribuição social: instituição ou<br />

aumento por medida provisória: prazo <strong>de</strong> anteriorida<strong>de</strong> (CF, art. 195, § 6º). O termo a quo do<br />

prazo <strong>de</strong> anteriorida<strong>de</strong> da contribuição social criada ou aumentada por medida provisória é a<br />

data <strong>de</strong> sua primitiva edição, e não daquela que, após sucessivas reedições, tenha sido<br />

convertida em lei” (STF, 1 a T., RE 232.526/MG, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. em<br />

16/11/1999, v. u., DJ <strong>de</strong> 10/3/2000, p. 21).<br />

20. Art. 195, § 7º da CF/88 veicula regra <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong>, e não <strong>de</strong> isenção – A <strong>de</strong>speito da<br />

imprecisão terminológica do texto constitucional, que usa o termo isenção, há verda<strong>de</strong>ira<br />

imunida<strong>de</strong>. Isso porque “o que distingue, em essência, a isenção da imunida<strong>de</strong> é a posição <strong>de</strong>sta<br />

última em plano hierárquico superior. [...] Ainda que na Constituição esteja escrito que<br />

<strong>de</strong>terminada situação é <strong>de</strong> isenção, na verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> isenção não se cuida, mas <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong>”<br />

(<strong>Hugo</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Machado</strong>, Curso <strong>de</strong> Direito <strong>Tributário</strong>, 18. ed., São Paulo: Malheiros, 2000, p.<br />

178). Assim, tratando-se <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong>, e não <strong>de</strong> isenção, além <strong>de</strong> serem possíveis<br />

interpretações que ampliem a abrangência da literalida<strong>de</strong> do texto para alcançar-lhe a finalida<strong>de</strong><br />

(o que, à luz do art. 111 do CTN, não seria possível em se tratando <strong>de</strong> isenção), todo e qualquer<br />

requisito ou condição legal ao seu gozo <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>terminado por lei complementar, em face<br />

do disposto no art. 146, II, da CF/88.<br />

Nesse sentido, aliás, já <strong>de</strong>cidiu o STF: “[...] A jurisprudência constitucional do Supremo<br />

Tribunal Fe<strong>de</strong>ral já i<strong>de</strong>ntificou, na cláusula inscrita no art. 195, § 7º da Constituição da<br />

República, a existência <strong>de</strong> uma típica garantia <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> (e não <strong>de</strong> simples isenção)<br />

estabelecida em favor das entida<strong>de</strong>s beneficentes <strong>de</strong> assistência social. Prece<strong>de</strong>nte: RTJ<br />

137/965. Tratando-se <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> – que <strong>de</strong>corre, em função <strong>de</strong> sua natureza mesma, do<br />

próprio texto constitucional –, revela-se evi<strong>de</strong>nte a absoluta impossibilida<strong>de</strong> jurídica <strong>de</strong> a<br />

autorida<strong>de</strong> executiva, mediante <strong>de</strong>liberação <strong>de</strong> índole administrativa, restringir a eficácia do<br />

preceito inscrito no art. 195, § 7º, da Carta Política, para, em função <strong>de</strong> exegese que claramente<br />

distorce a teleologia da prerrogativa fundamental em referência, negar, à entida<strong>de</strong> beneficente<br />

<strong>de</strong> assistência social que satisfaz os requisitos da lei, o benefício que lhes é assegurado no mais<br />

elevado plano normativo” (STF, 1 a T., RMS 22.192-9/DF, Rel. Min. Celso <strong>de</strong> Mello,DJ <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!