24.12.2018 Views

Código Tributário Nacional - Hugo de Brito Machado Segundo - 2017

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

portanto, líquidos, certos e exigíveis.” Isso porque, “segundo jurisprudência pacífica do STJ, a<br />

apresentação, pelo contribuinte, <strong>de</strong> Declaração <strong>de</strong> Débitos e Créditos <strong>Tributário</strong>s Fe<strong>de</strong>rais –<br />

DCTF (instituída pela IN-SRF 129/86, atualmente regulada pela IN SRF 395/2004, editada com<br />

base no art. 5º do DL nº 2.124/84 e art. 16 da Lei nº 9.779/99) ou <strong>de</strong> Guia <strong>de</strong> Informação e<br />

Apuração do ICMS – GIA, ou <strong>de</strong> outra <strong>de</strong>claração <strong>de</strong>ssa natureza, prevista em lei, é modo <strong>de</strong><br />

formalizar a existência (= constituir) do crédito tributário, dispensada, para esse efeito,<br />

qualquer outra providência por parte do Fisco”. Assim, “a falta <strong>de</strong> recolhimento, no <strong>de</strong>vido<br />

prazo, do valor correspon<strong>de</strong>nte ao crédito tributário assim regularmente constituído acarreta,<br />

entre outras consequências, as <strong>de</strong> (a) autorizar a sua inscrição em dívida ativa, (b) fixar o termo<br />

a quo do prazo <strong>de</strong> prescrição para a sua cobrança, (c) inibir a expedição <strong>de</strong> certidão negativa do<br />

débito e (d) afastar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia espontânea. [...] Nesse entendimento, a 1 a Seção<br />

firmou jurisprudência no sentido <strong>de</strong> que o recolhimento a <strong>de</strong>stempo, ainda que pelo valor<br />

integral, <strong>de</strong> tributo anteriormente <strong>de</strong>clarado pelo contribuinte, não caracteriza <strong>de</strong>núncia<br />

espontânea para os fins do art. 138 do CTN” (STJ, 1 a S., AgRg nos EREsp 638.069/ SC, Rel.<br />

Min. Teori Albino Zavascki, j. em 25/5/2005, DJ <strong>de</strong> 13/6/2005, p. 163).<br />

No mesmo sentido, e estabelecendo a distinção entre débito <strong>de</strong>clarado e não <strong>de</strong>clarado:<br />

“[...] A jurisprudência assentada no STJ consi<strong>de</strong>ra inexistir <strong>de</strong>núncia espontânea quando o<br />

pagamento se referir a tributo constante <strong>de</strong> prévia Declaração <strong>de</strong> Débitos e Créditos <strong>Tributário</strong>s<br />

Fe<strong>de</strong>rais – DCTF ou <strong>de</strong> Guia <strong>de</strong> Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou <strong>de</strong> outra<br />

<strong>de</strong>claração <strong>de</strong>ssa natureza, prevista em lei. Consi<strong>de</strong>ra-se que, nessas hipóteses, a <strong>de</strong>claração<br />

formaliza a existência (= constitui) do crédito tributário, e, constituído o crédito tributário, o seu<br />

recolhimento a <strong>de</strong>stempo, ainda que pelo valor integral, não enseja o benefício do art. 138 do<br />

CTN (Prece<strong>de</strong>ntes da 1 a Seção: AGERESP 638.069/SC, Min. Teori Albino Zavascki,DJ <strong>de</strong><br />

13/6/2005; AgRg nos EREsp 332.322/SC, 1 a Seção, Min. Teori Zavascki, DJ <strong>de</strong> 21/11/2005).<br />

[...] Entretanto, não tendo havido prévia <strong>de</strong>claração pelo contribuinte, configura <strong>de</strong>núncia<br />

espontânea, mesmo em se tratando <strong>de</strong> tributo sujeito a lançamento por homologação, a confissão<br />

da dívida acompanhada <strong>de</strong> seu pagamento integral, anteriormente a qualquer ação fiscalizatória<br />

ou processo administrativo (Prece<strong>de</strong>nte: AgRg no Ag 600.847/PR, 1 a Turma, Min. Luiz Fux, DJ<br />

<strong>de</strong> 5/9/2005). [...]” (STJ, 1 a T., REsp 754.273/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, j. em<br />

21/3/2006, DJ <strong>de</strong> 3/4/2006, p. 262).<br />

2. Denúncia espontânea e mero <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> obrigações acessórias – A referência ao<br />

pagamento do tributo se for o caso, feita pelo art. 138 do CTN, nos parece uma clara alusão à<br />

circunstância <strong>de</strong> que o instituto da <strong>de</strong>núncia espontânea abrange, também, a responsabilida<strong>de</strong><br />

pelo <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> obrigações meramente acessórias. Com efeito, no caso <strong>de</strong> a infração<br />

do contribuinte consistir apenas no <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> uma obrigação acessória (v. g.,<br />

contribuinte imune que não emitiu nota fiscal), a <strong>de</strong>núncia espontânea não será acompanhada do<br />

pagamento do tributo (que não é <strong>de</strong>vido), mas excluirá a aplicação da multa correspon<strong>de</strong>nte.<br />

Como observa <strong>Hugo</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Machado</strong>, “a expressão se for o caso, no art. 138 do <strong>Código</strong><br />

<strong>Tributário</strong> <strong>Nacional</strong>, significa que a norma nele contida se aplica tanto para o caso em que a<br />

<strong>de</strong>núncia espontânea da infração se faça acompanhar do pagamento do tributo <strong>de</strong>vido, como<br />

também no caso em que a <strong>de</strong>núncia espontânea da infração não se faça acompanhar do<br />

pagamento do tributo, por não ser o caso. E com toda certeza somente não será o caso em que<br />

se tratando <strong>de</strong> infrações meramente formais, vale dizer, mero <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> obrigações<br />

tributárias acessórias” (<strong>Hugo</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Machado</strong>, Comentários ao <strong>Código</strong> <strong>Tributário</strong> <strong>Nacional</strong>,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!